São Paulo, domingo, 30 de julho de 2006

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Entre a tinta e o papel

Estudo do museu Guggenheim sugere que educação artística melhora leitura e escrita

RANDY KENNEDY

Em uma era de cortes generalizados nos programas de arte nas escolas públicas, a pergunta tornou-se cada vez mais relevante: o aprendizado sobre pinturas e esculturas ajuda as crianças a se tornarem melhores estudantes em outras áreas?
Um estudo que acaba de ser divulgado pelo Guggenheim sugere que sim, citando melhoras em uma série de capacidades ligadas à leitura e à escrita entre estudantes que participaram de um programa em que o museu envia artistas às escolas.
O estudo descobriu que os alunos do programa se saíram melhor em seis categorias de capacidade de leitura e escrita e de pensamento crítico -incluindo descrição completa, formulação de hipóteses e raciocínio- que estudantes que não estiveram no programa.
Enquanto não se sabe exatamente como aprender sobre arte ajuda a capacidade de leitura e escrita, Johanna Jones -uma associada sênior da Randi Korn and Associates, companhia de pesquisa de museus que realiza o estudo há mais de três anos- considera que "a hipótese é que falar sobre arte e usar perguntas para ajudar os estudantes a entender o significado de pinturas os ajuda a aprender a entender o significado de textos. Eles aplicam essas habilidades à leitura".
O programa do Guggenheim (Aprendendo a Ler por meio das Artes), foi criado por um fundo do museu em 1970, quando as escolas de Nova York estavam cortando os programas de arte e música. Desde seu início, ele envolveu mais de 130 mil estudantes de dezenas de escolas públicas.
O museu envia artistas que passam um dia por semana nas escolas durante um período de dez a 20 semanas.
Grupos de estudantes também são levados ao Guggenheim para ver exposições. Diretores do Guggenheim disseram esperar que o estudo dê munição para os educadores de escolas e museus de todo o país que procuram mais dinheiro e tempo de aulas para educação artística.
"Basicamente, esse estudo é uma grande contribuição para o campo da arte e da educação museológica", disse Kim Kanatani, diretora de educação do Guggenheim. "Pensamos que ele confirma o que nós, profissionais de educação museológica, sabíamos intuitivamente, mas não tínhamos recursos para provar."


Este texto saiu no "New York Times".
Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves.


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