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Entre a tinta e o papel
Estudo do museu Guggenheim sugere
que educação artística
melhora
leitura e escrita
RANDY KENNEDY
Em uma era de cortes
generalizados nos
programas de arte nas
escolas públicas, a
pergunta tornou-se
cada vez mais relevante: o
aprendizado sobre pinturas e
esculturas ajuda as crianças a
se tornarem melhores estudantes em outras áreas?
Um estudo que acaba de ser
divulgado pelo Guggenheim
sugere que sim, citando melhoras em uma série de capacidades ligadas à leitura e à escrita
entre estudantes que participaram de um programa em que o
museu envia artistas às escolas.
O estudo descobriu que os
alunos do programa se saíram
melhor em seis categorias de
capacidade de leitura e escrita
e de pensamento crítico -incluindo descrição completa,
formulação de hipóteses e raciocínio- que estudantes que
não estiveram no programa.
Enquanto não se sabe exatamente como aprender sobre
arte ajuda a capacidade de leitura e escrita, Johanna Jones
-uma associada sênior da Randi Korn and Associates, companhia de pesquisa de museus
que realiza o estudo há mais de
três anos- considera que "a hipótese é que falar sobre arte e
usar perguntas para ajudar os
estudantes a entender o significado de pinturas os ajuda a
aprender a entender o significado de textos. Eles aplicam essas habilidades à leitura".
O programa do Guggenheim
(Aprendendo a Ler por meio
das Artes), foi criado por um
fundo do museu em 1970,
quando as escolas de Nova
York estavam cortando os programas de arte e música.
Desde seu início, ele envolveu mais de 130 mil estudantes
de dezenas de escolas públicas.
O museu envia artistas que
passam um dia por semana nas
escolas durante um período de
dez a 20 semanas.
Grupos de estudantes também são levados ao Guggenheim para ver exposições.
Diretores do Guggenheim
disseram esperar que o estudo
dê munição para os educadores
de escolas e museus de todo o
país que procuram mais dinheiro e tempo de aulas para
educação artística.
"Basicamente, esse estudo é
uma grande contribuição para
o campo da arte e da educação
museológica", disse Kim Kanatani, diretora de educação do
Guggenheim. "Pensamos que
ele confirma o que nós, profissionais de educação museológica, sabíamos intuitivamente,
mas não tínhamos recursos para provar."
Este texto saiu no "New York Times".
Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves.
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