São Paulo, segunda-feira,28 de abril de 2008

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Sinalização

Crise altera cenário das aplicações

por ANDRÉ PALHANO

Bolsa
A volatilidade das Bolsas está atrelada às incertezas sobre o tamanho da crise nos Estados Unidos e de seu impacto sobre a desaceleração econômica naquele país. Enquanto as incertezas persistirem, a volatilidade se manterá. No longo prazo, no entanto, tende a prevalecer o bom fundamento das empresas e da economia brasileira, favorecendo a Bolsa.

Dólar
Apesar da crise e das mudanças no balanço de pagamentos, o câmbio vem mantendo relativa estabilidade e deve continuar assim no curto prazo, talvez com alguma valorização. No médio e longo prazo, a queda dos saldos comerciais pode provocar uma suave desvalorização da moeda. É indicado apenas para quem precisa se proteger de compromissos em dólar.

Fundos DI
A elevação dos juros básicos (Selic) vai aumentar a rentabilidade dos fundos DI e dos títulos pós-fixados no curto prazo, favorecendo essa opção de investimentos em detrimento da renda fixa e dos títulos prefixados. No longo prazo, no entanto, a expectativa de que o Banco Central volte a cortar juros poderá inverter esse quadro.

Renda Fixa
A opção de investimento em Renda Fixa tende a se tornar menos atrativa em um cenário de elevação dos juros básicos. No médio e longo prazo, com a inflação novamente comportada e menor risco de desequilíbrios entre demanda e oferta, permitindo novos cortes dos juros, esse quadro tende a se reverter.

Fundos Multimercado
Os fundos multimercado vêm experimentando elevada volatilidade com as oscilações da Bolsa. Vale ficar atento para a estratégia de gestão do fundo e conhecer quais as suas características de alocação dos recursos. Um fundo mais arrojado, por exemplo, pode tirar proveito da volatilidade na Bolsa e nos demais mercados, mas com um risco maior.

Tesouro Direto
A compra direta de títulos públicos ganha novos ares com a elevação dos juros básicos. No curto prazo, títulos com taxas prefixadas perdem espaço para papéis com taxas pós-fixadas. É preciso ficar atento, no entanto, para até quando -e em que magnitude- essa inversão vai durar. As taxas prefixadas continuam atrativas no médio e longo prazo.

Poupança
O melhor desempenho de curto prazo esperado para os fundos DI pode roubar um pouco a atratividade que a poupança vinha conquistando nos últimos meses, ainda que a caderneta continue contando a seu favor com a isenção do Imposto de Renda (o que para pequenas e rápidas aplicações muitas vezes faz uma boa diferença).

Mercado Imobiliário
A construção de conjuntos comerciais e residenciais continua a pleno vapor, favorecendo investimentos diretos nos empreendimentos ou indiretamente em papéis de empresas do setor. A compra de um imóvel como investimento, no entanto, requer um mínimo de conhecimento sobre o potencial de valorização da área. E imóvel tem baixa liquidez.

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