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Análise

Ficou mais difícil determinar a hora do lazer e a hora do trabalho

REGINA MADALOZZO
ESPECIAL PARA A FOLHA

No livro "Alice Através do Espelho", de Lewis Carroll, a personagem Alice é confrontada pela Rainha de Copas: "É preciso correr o máximo possível para ficar parado no mesmo lugar".

O que parece impossível é realidade: no trabalho competitivo, cada pessoa precisa se dedicar ao máximo para manter seu emprego e sua empregabilidade.

Foi por meio de computadores portáteis e de telefones com aplicativos que passamos a trabalhar mesmo em horário de folga. Num passado remoto, era plenamente possível separar o tempo gasto no trabalho e o tempo dedicado à vida pessoal.

Hoje, em segundos, é possível enviar e atender demandas. Fica bem mais complicado determinar a hora do trabalho e a hora do lazer.

Mas a tecnologia, com implicações terríveis para nosso bem-estar -como doenças relacionadas ao estresse, perda da felicidade, decepção com o trabalho-, permitiu a jornada flexível e o trabalho à distância.

De fato, uma conquista, em algumas empresas, foi permitir que o próprio funcionário escolha quando e de onde trabalhar. O que importa não é o tempo dentro da empresa, mas o que é entregue a ela.

Como a biologia, que estuda a seleção natural das espécies, o mercado de trabalho encontra formas de selecionar os melhores indivíduos. Cabe a cada um estabelecer os limites que julgar necessários, ciente das consequências -seja para a saúde ou para a carreira.

Algumas empresas celebram a corrida da seleção natural, outras buscam coordenar os objetivos de eficiência e lucratividade com indivíduos satisfeitos com o trabalho e a vida pessoal. O que você escolhe?

REGINA MADALOZZO é Ph.D. pela Universidade de Illinois e professora do Insper.

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