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Vale reduz 11% de investimento em 2012

Redução é de US$ 2,6 bi em relação a 2011; mina e siderúrgica no Pará, que aguardam licença ambiental, são adiadas

Para novo presidente, Murilo Ferreira, plano de investimentos é mais realista; ele aposta na recuperação da China

DENISE LUNA
DO RIO

A Vale anunciou ontem que vai investir US$ 21,4 bilhões em 2012, valor 10,8% menor do que os US$ 24 bilhões anunciados para 2011 pelo ex-presidente da empresa Roger Agnelli, afastado no início deste ano após divergências com o governo federal.

Há seis meses no cargo, o novo presidente da Vale, Murilo Ferreira, explicou que o plano de investimentos da empresa agora é mais realista e reúne apenas projetos já aprovados pelo Conselho de Administração da empresa e que já tenham obtido licença ambiental.

"Isso reduz o nível de incerteza e é bom para todas as partes, para nós, clientes e fornecedores", disse Ferreira ontem, durante o Vale Day na Bolsa de Valores de Nova York.

Segundo ele, para efeito de comparação, se fossem descontados do plano de investimentos de 2010 os projetos retirados agora, o valor total dos investimentos, há dois anos, seria de US$ 18 bilhões.

"Por isso não se pode falar de redução", afirmou.

A manutenção das operações ganhou maior peso, passando de 18,7% (US$ 4,479 bilhões) em 2010 para 28,5% no novo plano (US$6,1 bilhões).

"A realidade é que as minas estão cada vez mais desafiadoras, a logística também. Uma empresa que quer ser líder não pode fazer economia nessa área", justificou Ferreira.

ADIAMENTOS

A empresa reviu também datas e valores de algumas obras, adiando em dois anos o seu principal projeto de expansão de minério de ferro, a mina de Serra Sul, em Carajás (Pará), agora com previsão de entrar em operação em 2016.

A maioria das siderúrgicas anunciadas por Agnelli no plano anterior, em uma tentativa de agradar ao governo, foi excluída no novo planejamento, apesar de ainda estarem no radar da companhia.

Apenas a Siderúrgica do Ceará, em estágio inicial de desenvolvimento, foi confirmada no novo orçamento. A unidade está sendo feita em parceria com as sul-coreanas Dongkuk e Posco. A Vale tem 50% do projeto, mas, segundo Ferreira, irá reduzir essa fatia para 20%.

A siderúrgica Alpa, no Pará, cujas obras deveriam começar neste ano, ainda passará por estudos e aguarda licença ambiental, por isso não entrou no plano, disse Ferreira. O terreno onde será instalada a unidade ainda é alvo de disputa judicial.

De acordo com o balanço do terceiro trimestre de 2011, a Vale havia investido, de janeiro a setembro, US$ 11,3 bilhões, menos da metade dos US$ 24 bilhões previstos para o ano.

Ferreira afirmou que a Vale não terá problemas de financiamento para executar o plano de investimentos, "principalmente depois que passamos a "investment grade" (grau de investimento) da agência de risco Standard & Poor's.

A Vale conta também com a melhora do mercado chinês para garantir o crescimento da sua receita, estimando que o preço do minério de ferro não ficará abaixo de US$ 120 a tonelada em 2012.

De acordo com Ferreira, depois de um aperto de crédito para conter a inflação, a China, principal cliente da Vale, já mostra sinais de recuperação.

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