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Autor de "Kick Ass" faz campanha de oposição à venda de gibis digitais

Mark Millar se diz preocupado com novo modelo e defende a venda de HQ em papel

DIOGO BERCITO
DE SÃO PAULO

O autor de quadrinhos Mark Millar está distribuindo um conselho a seus fãs: "Não comprem [quadrinhos] digitais, comprem gibis".

Com a frase, o artista se posiciona favorável ao modelo de negócio tradicional baseado no papel, e em lojas especializadas, e contra a venda de revistinhas em tablets.

O apelo está no material de divulgação da quinta edição de "Kick Ass 2" -que, não surpreendentemente, está à venda apenas "in loco".

"Eu acho que quadrinhos digitais podem ser uma ferramenta útil, mas estou crescentemente preocupado com meus amigos lojistas", disse em entrevista ao site "Comic Book Resources" (www.comicbookresources.com).

No Brasil, HQs são vendidas em bancas de jornal. Mas nos EUA são negociadas tradicionalmente em "comic stores", espécie de entidade entre os fãs de quadrinhos. Elas vendem gibis novos e antigos. Além disso, oferecem miniaturas e outros mimos para colecionadores da área.

É em uma loja dessas que cenas de "Big Bang Theory" são filmadas, por exemplo.

É um modelo específico que, para Millar, está ameaçado pelo galope do formato digital. As vendas de gibis para tablets saltaram de menos de US$ 1 milhão, em 2009, para até US$ 8 milhões, em 2010. Esse processo vem sendo acelerado.

Em setembro, a DC Comics ("Batman", "Superman") lançou um pacotão de estratégias de marketing. Entre elas, a decisão de publicar simultaneamente os gibis no papel e na tela dos tablets.

Para desgosto de Millar, a concorrente Marvel ("Homem-Aranha", "X-Men") planeja adotar a mesma tática.

A Dark Horse ("300", "Hellboy") anunciou ontem que também seguirá essa estratégia a partir deste mês.

"Uma queda nas vendas, mesmo que de 5% ou 10%, ocasionaria o fechamento de várias lojas", estima o artista. "Tudo, desde a cadeira em que me sento, [...] foi pago pelos royalties que esses lojistas me deram. Então me sinto bem envolvido com isso."

Millar é um nome consagrado no mercado de quadrinhos. Ele assina, entre outros sucessos, o gibi "Kick Ass".

A história virou filme em 2010. Ele produz, agora, a sequência dessa franquia.

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