Brasil espera fechar a venda de 20 aviões à Venezuela

O Brasil espera fechar em até dois meses as negociações para que a estatal de aviação venezuelana Conviasa adquira 20 aeronaves Embraer 190AR, um negócio que pode chegar a R$ 1,5 bilhão.

A compra foi tema da reunião entre a presidente Dilma Rousseff e seu colega venezuelano, Hugo Chávez, em Caracas na quinta-feira.

Um documento foi assinado para formalizar a continuação das conversações, iniciadas em junho passado.

Segundo o embaixador do Brasil em Caracas, José Antônio Marcondes de Carvalho, não há um valor fechado para o negócio, que pode contar com recursos do BNDES.

Recentemente, aviões 190AR, com capacidade de 98 a 114 assentos, foram vendidos à Alitalia por US$ 42 milhões (R$ 75 milhões) cada um. Se concretizado, o negócio será um dos mais relevantes da relação bilateral, a de maior superavit comercial para o Brasil na região (US$ 3 bilhões em 2010).

Desde 2008, porém, com a crise financeira internacional, a Venezuela tem exibido limitação de caixa e recorrido principalmente ao financiamento chinês para tocar grandes negócios.

Atualmente, a principal empresa do país, a estatal PDVSA, encontra dificuldades para cumprir os compromissos financeiros do projeto da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, uma parceria com a Petrobras.

Também foi ratificada a criação de uma empresa mista entre a construtora Odebrecht e a Corporação Venezuelana de Petróleo para a exploração dos campos maduros (com anos de exploração) de Mara Oeste, Mara Leste e La Paz, por um prazo de 25 anos.

Já a Weg Equipamentos Elétricos acordou negociar a venda de substações elétricas, equipamentos e materiais de reposição para as linhas de transmissão e distribuição de energia.

A Venezuela atravessa desde o fim de 2009 crise energética e tem feito compras milionárias para a compra de equipamentos elétricos.