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Mercado interno puxa altas da Bovespa

Beneficiados por demanda doméstica, setores como energia e têxtil se destacam entre os maiores ganhos do ano

Maiores quedas são de empresas que dependem do crescimento da economia no exterior

GIULIANA VALLONE
DE SÃO PAULO
gabriel baldocchi
colaboração para a folha

A Bovespa (Bolsa de Valore de São Paulo) entrou no último mês de 2011 com queda acumulada de 17,94%. Isso não significa, porém, que todos os investidores do mercado tenham perdido dinheiro neste ano.

Segundo levantamento da Economática, de um total de 25 setores em que estão dividas as empresas listadas na Bolsa, seis acumularam alta até o fim de novembro.

Em comum, todos eles têm o fato de estarem ligados ao principal motor de crescimento da economia brasileira: o mercado interno.

"Neste ano, não coincidentemente, a gente vê os papéis que têm melhor desempenho com características semelhantes, como a não exposição ao mercado externo e a previsibilidade de geração de caixa", afirma Leonardo Milane, da Corretora Santander.

"Além disso, os investidores estão apostando as fichas nas empresas que dependem do mercado doméstico."

O setor com a maior alta no ano é o de software e dados, puxado pelas operadoras de cartões Redecard e Cielo, também ligadas ao consumo.

"Essas são empresas geradoras de caixa, que pagam bons dividendos e, depois de acumular uma forte queda ao longo do ano de 2010, esses papéis acabaram se recuperando", afirma William Alves, analista da XP Investimentos.

QUEDA

Na outra ponta, setores atrelados ao mercado externo, como papel e celulose, siderurgia e mineração, sofrem com o agravamento dos problemas nos EUA e na Europa.

A exceção entre as grandes quedas é a construção civil. Embora ligado à economia doméstica, o setor sofre na Bovespa este ano. Ainda assim, é a maior aposta dos investidores para os próximos meses, diz pesquisa da Banif.

Para o desempenho da Bolsa em dezembro, a maioria dos analistas aposta que a volatilidade vai continuar.

"O que a gente pode esperar para dezembro é uma volatilidade muito elevada, ao sabor de notícias da Europa", diz Leonardo Zanfelicio, analista-chefe da Concórdia.

Para Leandro Martins, da Walpires Corretora, a Bolsa deve ficar entre os 50 mil e 60 mil pontos até o fim do ano.

A XP Investimentos, no entanto, divulgou relatório a seus clientes afirmando que acredita em uma alta da Bovespa neste mês. De acordo com o texto, o retorno médio em meses de dezembro na última década ficou em 6,8%.

Para aproveitar, diz a corretora, a recomendação é investir no BOVA11, um fundo de investimento cujas cotas são negociadas como ações e que replica o Ibovespa.

Os analistas recomendam ainda BRFoods e Ambev, do setor de alimentos e bebidas, um dos positivos no ano, e ações de empresas de setores "defensivos", como telecomunicações e energia elétrica -dependentes do mercado interno e boas pagadoras de dividendos.

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