Análise

Bovespa cai, mas há setores celebrando o ano de 2011

Contrariando as expectativas da maioria dos analistas no início do ano de 2011, a rentabilidade de -18% do índice Ibovespa até novembro sinaliza que ele deve encerrar o ano com uma performance pior que o decepcionante 1% de desempenho apresentado no ano de 2010.

Entretanto, esse retorno negativo não foi compartilhado por todos os investidores. Aqueles que, cautelosamente, se posicionaram em setores menos expostos à flutuação da economia, os chamados setores defensivos, podem comemorar retornos superiores a 50%.

Dentre os setores com retornos positivos, destaca-se o das administradoras de cartão de crédito, que é composto pelas empresas Redecard e Cielo.

Ambas apresentaram variação positiva de cerca de 54% até novembro, impulsionadas pela divulgação de resultados melhores que o esperado, devido à não-concretização de expectativa de acirramento da competição que prejudicaria suas margens.

Outro setor que costuma se sobressair em épocas de crise é o de energia elétrica. O fato de pagar mais dividendos que a média das empresas e ser menos impactado pelos ciclos econômicos favoreceu a rentabilidade desse setor em 2011.

Do lado negativo, entre os que contribuíram para o baixo desempenho da Bolsa paulista destacam-se os setores de construção civil e siderurgia, com retornos de -30% em média.

Enquanto o setor de siderurgia foi prejudicado pela desaceleração global, o de construção foi impactado pela conjugação de dois fatores: desaceleração do mercado interno e maior inflação, que reduziram margens de lucro e perspectivas de expansão.

Ainda que os analistas não visualizem o fim da crise europeia, boa parte das consequências negativas já está refletida nos preços das ações.

Portanto, estimo que o Ibovespa possa contrariar expectativas e apresentar, em dezembro, desempenho positivo, fechando o ano acima dos 62 mil pontos.