Índice geral Mercado
Mercado
Texto Anterior | Índice | Comunicar Erros

Análise

Aquecimento do setor favorece salários, mas pressiona custos

REGINALDO PINTO NOGUEIRA JÚNIOR
ESPECIAL PARA A FOLHA

Nas grandes cidades, tornou-se generalizada a percepção de uma ampla escassez de profissionais do setor de construção, como pedreiros, carpinteiros e pintores.

O bom momento vivido pelo setor, com crescimento da demanda por imóveis, alimentada por uma expansão do crédito, tem nos aproximado do limite da capacidade de oferta.

O resultado natural desse processo é o crescimento dos custos, especialmente salários, que são repassados aos preços dos imóveis.

Segundo o IBGE, nos últimos 12 meses houve um aumento de 4,7% no número de trabalhadores da construção, o que equivale a cerca de 76 mil pessoas.

A incapacidade de manutenção no crescimento da oferta de mão de obra resulta em aumento dos salários e benefícios no setor.

O rendimento médio subiu 6% nos últimos 12 meses, para R$ 1.369,70. É interessante notar que hoje 41,1% dos trabalhadores na construção têm carteira assinada, ante 25,3% em 2003.

A alta nos custos laborais afeta diretamente o custo médio da construção civil, que subiu 6,13% nos últimos 12 meses, segundo o IBGE.

Cerca de 45% do custo médio nacional do metro quadrado (R$ 805,67) refere-se à mão de obra.

A grande dúvida a respeito do setor é quanto tempo ainda poderemos manter uma taxa de expansão da demanda tão descolada da capacidade de oferta.

Nesse sentido se mostra importante a ocorrência de algum nível de ajuste que possibilite o alcance do equilíbrio, com menor expansão dos preços dos imóveis.

REGINALDO PINTO NOGUEIRA JÚNIOR
é professor de economia do Ibmec.

Texto Anterior | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.