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Regra pode levar produção para México e Argentina

VALDO CRUZ
MAELI PRADO
DE BRASÍLIA

O endurecimento do cálculo de 65% no conteúdo regional para que as montadoras tenham desconto no IPI, em estudo no governo, pode se tornar um tiro no pé nos esforços do governo para estimular investimentos na produção local.

O receio dos técnicos é que a indústria automobilística seja estimulada a produzir carros no México e na Argentina no lugar de ampliar os gastos dentro do Brasil.

O governo planeja que, em vez de o índice de 65% ser aplicado sobre o preço de venda dos carros -em que, além do processo produtivo, estão embutidos processos administrativos, marketing, mão de obra e o lucro da empresa-, ele seja calculado somente com base no processo produtivo da montadora.

Isso tornaria as regras muito mais rígidas em relação ao primeiro decreto, de setembro, e poderia tornar mais interessante para as montadoras exportar para o Brasil veículos produzidos em território mexicano ou argentino do que fabricá-los aqui.

Segundo a Folha apurou, o governo negocia com esses países para que eles também endureçam suas regras, mas as negociações ainda estão em andamento e ainda não têm prazo para conclusão. Assessores dizem que, sem acordo com os países, não será possível fazer a alteração.

A maior preocupação dos técnicos é com o México, onde hoje há elevada capacidade ociosa devido à crise que atinge a economia americana. Veículos médios produzidos lá, como o Civic (Honda), o Corolla (Toyota) e o Jetta (Volkswagen), poderiam ficar mais competitivos do que os fabricados no Brasil.

Nas últimas semanas, tem crescido a preocupação do Palácio do Planalto com o risco de o Brasil perder investimentos. A presidente Dilma Rousseff já pediu a Guido Mantega (Fazenda) e Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio) uma solução para o caso.

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