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Fusão de fabricantes de sucos preocupa produtores de laranja

Sindicato dos trabalhadores teme demissão em massa no campo

ELIDA OLIVEIRA
DE RIBEIRÃO PRETO

A criação da maior empresa de suco de laranja do mundo, a joint venture entre a Citrosuco e a Citrovita, trará consequências negativas aos pequenos produtores, que já sentiam o impacto da indústria sobre seus pomares.

No Brasil, as duas empresas unidas vão dominar 45% do mercado de laranja.

Como as indústrias são as maiores compradoras de frutos dos produtores, a concentração representa menos concorrência de mercado, o que pode fazer com que os agricultores recebam menos por caixa de laranja colhida.

Segundo Flavio Viegas, presidente da Associtrus (Associação Brasileira de Citricultores), a fusão "consolida o desequilíbrio entre produtor e indústria".

Apesar das condições indicadas pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), como a de não aumentar a área agrícola de pomares próprios por cinco anos e a de repassar informações aos produtores, especialistas dizem que haverá, sim, concentração de mercado.

Viegas prevê ainda que algumas fábricas do grupo poderão ser fechadas.

Segundo a Citrovita e a Citrosuco, a nova empresa terá seis fábricas no interior de São Paulo e dois terminais portuários no Brasil, com receita líquida de R$ 2 bilhões. As empresas afirmaram que vão cumprir as exigências previstas pelo Cade.

Em Matão (305 km de SP), onde elas mantêm fábricas e pomares, a preocupação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais é que a fusão traga mecanização na colheita e desempregue parte dos cerca de 7.000 trabalhadores que vivem da colheita, vindos de diversas cidades da região.

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