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Caos aéreo chega a petroleiros de Campos

Trabalhadores das plataformas da Petrobras reclamam que a empresa não investe no sistema de transporte

Estatal admite atrasos, mas afirma que tem investido na logística de transporte dos seus funcionários

CIRILO JUNIOR
DO RIO

O caos aéreo chegou à bacia de Campos (litoral do Rio), principal polo de produção de petróleo do país.

Trabalhadores das plataformas da Petrobras na região acusam a estatal de não ter investido o suficiente no sistema de transporte, feito por helicópteros, à medida que crescia a produção na região.

A empresa garante que vem colocando recursos na logística de transporte dos petroleiros. São 94 helicópteros contratados de empresas de táxi aéreo, que fazem, em média, 150 viagens por dia. Calcula-se que 1,3 milhão de passageiros serão transportados neste ano.

Ainda assim, trabalhadores vêm ficando até três dias a mais nas plataformas devido a atrasos na chegada das aeronaves que trazem as equipes substitutas.

Empregados da Petrobras passam 14 dias embarcados e têm 21 de folga; os terceirizados trabalham 14 dias e folgam outros 14.

Os acidentes com helicópteros também preocupam. No mais grave deles, em 19 de agosto, quatro pessoas morreram na queda de uma aeronave da Senior Taxi Aéreo, contratada pela Petrobras.

Dias depois, houve dois pousos "duros" -quando as aeronaves tocam abruptamente o solo- nas plataformas P-35 e P-15. Uma delas chegou a quicar, segundo relatos de passageiros.

"Os atrasos na hora de embarcar são constantes, e acontece de não ter troca de turno por falta de transporte", afirma um trabalhador de uma empresa que presta serviços para a Petrobras.

A Petrobras admite que há atrasos. Ressalta que "raramente ultrapassam um dia", e que ocorrem pelas condições meteorológicas adversas em aeroportos e em plataformas. "Não há dificuldades relevantes associadas ao tráfego aéreo", informou a petroleira, por meio de nota.

O aeroporto de Macaé, principal base de pousos e decolagens de aeronaves a serviço da Petrobras, está saturado.

Novos voos estão sendo direcionados para o aeroporto de Cabo Frio. Pela manhã, são comuns filas de helicópteros esperando autorização para decolar.

A estatal utiliza ainda o heliporto do Farol de São Tomé, em Campos. O plano de aumentá-lo foi postergado.

A previsão era que um novo aeroporto começasse a funcionar na região ainda neste ano. A obra, no entanto, nem foi licitada. Isso deve ocorrer nos próximos meses, afirma a Petrobras. Ainda segundo a estatal, a construção de outros aeroportos está sendo avaliada.

"Estamos alertando sobre essa situação há vários anos. De tempos em tempos acontece um acidente fatal com helicóptero", afirma Claudio Alberto, diretor do Sindipetro-NF (Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense).

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