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Promotoria faz buscas na sede da Olympus

Justiça japonesa investiga fraude contábil de US$ 1,3 bilhão da fabricante de câmeras

DO “FINANCIAL TIMES”

Funcionários da promotoria, policiais e fiscais da Comissão de Vigilância de Valores Mobiliários japones realizaram ontem buscas na sede da Olympus, em Tóquio. A ação faz parte da investigação de uma fraude contábil da fabricante de câmeras e equipamentos médicos.

A promotoria japonesa também foi à casa de Tsuyoshi Kikukawa, presidente da Olympus em parte do período em que a fraude aconteceu. As buscas ocorrem dois meses depois das primeiras revelações sobre a fraude nos relatórios financeiros para ocultar prejuízos com investimentos nos anos 90.

A Olympus admitiu ter excluído de sua contabilidade perdas de mais de 100 bilhões de ienes (US$ 1,3 bilhão). O esquema durou 13 anos. Mas só veio à tona depois de Michael Woodford, ex-presidente da empresa, fazer denúncias públicas de pagamentos excessivos a consultores. Eles trabalharam em diversas aquisições, como a da Gyrus, uma fabricante britânica de equipamento médico.

Os promotores não divulgaram o que procuravam nem o que encontraram. A ação sinaliza que as autoridades podem indiciar os executivos, segundo especialistas no sistema judiciário japonês.

"Não realizariam buscas nos escritórios se não planejassem apresentar acusações", disse Hideaki Kubori, advogado em Tóquio. Caso a promotoria pública faça isso, as ações da empresa podem ser retiradas da Bolsa de Tóquio, disse Kubori.

A companhia evitou a exclusão automática ao mostrar as contas corrigidas em 14 de dezembro, duas horas antes do prazo.

No entanto, as ações ainda podem ser excluídas, se a Bolsa concluir que a fraude prejudicou os acionistas.

O esquema foi comandado pelo vice-presidente-executivo Hisashi Mori e pelo ex-auditor interno Hideo Yamada, com a ajuda de bancos de ex-investimento, segundo relatório divulgado neste mês por uma comissão de especialistas apontada pela Olympus para investigar a fraude. A comissão afirmou ainda que três ex-presidentes sabiam do acobertamento.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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