Extra fina

Elas parecem frágeis de tão finas. Porém, com materiais modernos e design inovador, a última geração de poltronas de avião consegue ser mais resistente, leve e confortável.

A inovação, que vem conquistando os interiores de aviões, permite às empresas aéreas transportar mais passageiros com um menor consumo de combustível, sem comprometer o já exíguo espaço entre as poltronas.

Em termos de design, o fim da espuma e a eliminação do revisteiro na base do encosto são os principais responsáveis por liberar espaço para as pernas.

Mas nem todos os assentos extra-finos são confortáveis. Alguns parecem tábuas, outros são mais macios. O ganho de espaço só é garantido quando a empresa aérea mantém a mesma distância entre as fileiras de poltronas.

Dependendo do avião, é possível reduzir a distância para acrescentar de uma a três novas fileiras, mantendo o mesmo espaço livre.

Com a substituição de 32 mil poltronas por um modelo extra-fino da fabricante italiana Recaro, a companhia alemã Lufthansa conseguiu adicionar 2.000 poltronas à sua frota doméstica de jatos Airbus. O assento é três quilos mais leve (pesa 11 kg).

A Embraer também desenvolveu o seu assento "slim", em parceria com a fabricante C&D. O assento entrou em serviço neste ano e já foi encomendado por quatro companhias, entre elas a Trip.

Luiz Sérgio Chiessi, diretor de inteligência de mercado da Embraer, diz que vai levar muitos e muitos anos para que essa geração seja substituída. "Estamos chegando no limite da eficiência."

A inovação também leva em conta a segurança. Segundo o especialista em aviação Gianfranco Beting, os novos assentos atendem a regras mais rígidas de resistência a calor e impacto.

"A legislação está mais rigorosa e os novos assentos têm de resistir a um teste que simula em 16 vezes a força da gravidade sem desgrudar do piso", diz.