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Grupo indiano pretende disputar aeroportos

GMR deve concorrer com empresas de Brasil, Alemanha,França, Argentina e Espanha

DE SÃO PAULO

O grupo indiano GMR deve disputar a privatização de aeroportos no Brasil, prevista para o dia 6 de fevereiro.

Diferentemente de outros grupos estrangeiros, que estão se associando a construtoras e grupos nacionais, os indianos pretendem entrar sozinhos na disputa por um dos três aeroportos a serem leiloados -Brasília, Campinas e Guarulhos. "Como o Brasil só está vendendo 51%, entraremos sozinhos para ficar com a maioria do capital", disse o presidente da empresa, G.M. Rao, em conversa recente com jornalistas na Ásia.

Pelo modelo de privatização, a Infraero, estatal que administra os aeroportos, manterá uma participação de até 49% em cada aeroporto.

Um dos maiores grupos da Índia, o GMR atua em projetos de infraestrutura, com investimentos em rodovias, energia e aeroportos e lidera consórcios que administram aeroportos em Nova Déli e Haiderabad, na Índia, e em Istambul, na Turquia.

"Somos a única empresa no mundo com competência para construir e operar tudo: dos sistemas de TI às operações aeroportuárias, gestão de prédios, free shops, alimentos e bebidas", disse Rao.

O edital de concessão estabelece que ao menos um dos integrantes do consórcio tenha experiência na operação de aeroportos com pelo menos 5 milhões de passageiros ao ano.

O requisito favorece grupos estrangeiros. "A exigência é técnica e positiva, tendo em vista que são três aeroportos de bastante movimento", diz a advogada Letícia Queiroz de Andrade, do escritório Siqueira Castro Advogados.

"A exigência anterior, divulgada na fase de estudos, estava relacionada à experiência com obras de infraestrutura, o que propiciava a seleção de empresas sem expertise na área."

No Brasil, além da Infraero, algumas poucas empresas exibem experiência em empreendimentos no exterior.

A CCR, concessionária de rodovias que tem como sócios Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa, em breve deverá exibir essa qualificação. Ela está em processo de aquisição das participações que Andrade e Camargo detêm em aeroportos no Equador, na Costa Rica e em Curaçao.

Entre os que estudam os editais para apresentar propostas estão empresas da Alemanha, Espanha, Argentina, França, além das brasileiras Odebrecht, Triunfo, Queiroz Galvão e Carioca Engenharia.

O executivo de uma empresa que avalia entrar na disputa diz que, apesar do aparente interesse geral, o nível de rentabilidade esperado para os investimentos pode afugentar investidores.

A taxa de retorno é estimada em 6,47% para os aeroportos de Guarulhos e Brasília, e 8% para o de Viracopos.

(MARIANA BARBOSA)

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