Vaivém

Clima desfavorável poderá manter preço do milho aquecido neste ano

As exportações de milho voltaram a ser boas no ano passado. Os dados finais da Secretaria de Comércio Exterior indicam vendas externas de 9,5 milhões de toneladas, volume inferior ao de 2010 (10,5 milhões de toneladas), mas bem superior à média de 2008 e de 2009.

O cenário poderá se repetir neste ano, mas vai depender das condições climáticas. As estimativas são de problemas nas lavouras dos principais países produtores, devido aos efeitos do La Niña.

Brasil e Argentina já sofrem os efeitos do clima mais seco, o que poderá impedir a obtenção de safra recorde na região.

Preços bons e demanda externa aquecida atraíram os produtores brasileiros, que elevaram o plantio, inclusive na safra de verão.

Se clima e produtividade forem favoráveis no país, a safra nacional poderá atingir 63 milhões de toneladas, segundo estimativas da Céleres.

Com isso, produção menor nos Estados Unidos em 2011 e demanda maior na China podem garantir preços ainda aquecidos no mercado externo, o que favoreceria as exportações brasileiras.

Um mercado externo favorável ajudaria os produtores, já que a demanda interna não deve crescer muito, na avaliação da Céleres.

O produto brasileiro deverá ser procurado pelos países importadores, principalmente se os Estados Unidos voltarem a ter problemas com a safra deste ano, o que já ocorreu na passada, quando previam 343 milhões de toneladas e só obtiveram 313 milhões.

O Departamento de Agricultura dos EUA estima produção mundial de 868 milhões de toneladas em 2011/12 e consumo de 869 milhões.

Soja A crise na Europa deverá continuar e afetar o mercado externo neste ano. Um ambiente de recessão afetará também o consumo de soja, na avaliação da consultoria Céleres.

China Os problemas de pagamento das economias desenvolvidas podem afetar a produção industrial na China, maior importadora da oleaginosa.

Agrícola Por ser uma commoditiy agrícola, no entanto, a soja deverá receber impacto menor na queda de demanda, segundo a consultoria.

Queda 1 A arroba de boi gordo recuou para R$ 100 ontem em São Paulo, com queda de 4%, mostra a Informa Economics FNP.

Queda 2 Passados os feriados do final de ano, quando a demanda por carne suína cresce, os preços da arroba também recuaram. Pesquisa da Folha registrou R$ 58, em média, 2,4% menos do que o valor praticado no final de 2011.

Exportação de álcool soma 2 bilhões de litros no ano

Apesar da redução na produção de álcool nesta safra 2011/12, as exportações brasileiras do combustível cresceram nos últimos meses, atingindo 1,6 bilhão de litros de junho a dezembro.

Em 2011, as vendas externas totais atingiram 2 bilhões de litros, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento.

Para compensar o deficit interno, o país deverá importar pelo menos 1,5 bilhão de litros do combustível.

A produção menor de etanol, devido à oferta menor de cana-de-açúcar para moer, fez o país utilizar mais gasolina.

A demanda maior pelo derivado de petróleo foi suprida por redução nas exportações e alta nas importações.

As vendas externas caíram 58% no ano passado, segundo os dados do ministério. Já as importações deverão crescer 225% no período.