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Commodities

Diesel menos poluente encalha no posto

Apenas veículos fabricados em 2012 são obrigados a abastecer com o S50, o que limita a demanda pelo produto

Preço maior é barreira para adesão de veículos antigos; consumo baixo preocupa a Agência Nacional do Petróleo

TATIANA FREITAS
DE SÃO PAULO

O diesel menos poluente S50, que começou a ser vendido neste ano no varejo de combustíveis, encalhou nos postos por falta de demanda.

Apenas veículos com motores adaptados ao novo diesel, produzidos a partir deste ano, são obrigados a abastecer com o S50 -caso contrário, o motor será danificado.

Como praticamente não há veículos fabricados em 2012 em circulação, o consumo do S50 está limitado a "curiosos", segundo representantes de distribuidoras e postos.

"Apenas donos de camionetes estão comprando o S50", diz Ricardo Hashimoto, diretor de postos de rodovias da Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio de Combustíveis).

Veículos fabricados até o ano passado podem ser abastecidos com o S50, mas os benefícios ambientais são limitados. Por isso, a produção e o abastecimento do S50 foram planejados para atender à nova frota. Os donos de postos, no entanto, estão decepcionados com o movimento.

"Esperávamos que um caminhão seminovo também abastecesse com o S50, mas nem isso está acontecendo, porque o preço do novo diesel encarece o frete", diz José Alberto Gouveia, presidente do Sincopetro (sindicato dos postos de São Paulo).

Dependendo da região, o novo diesel chega ao consumidor por um preço de

R$ 0,12 a R$ 0,16 maior do que o S500, que é o mais comum hoje nos grandes centros urbanos, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo). Nas refinarias da Petrobras, a diferença é de R$ 0,06 por litro.

"O preço é uma barreira para adesão ao novo diesel. A experiência do carro flex nos mostra que o consumidor migra de acordo com o preço", diz Allan Kardec Duailibe, diretor da ANP.

PROBLEMAS

Os estoques altos preocupam o setor. "Se veículos novos não são vendidos, cria-se um problema. O mercado de combustíveis não pode ficar refém de uma expectativa de venda", diz Kardec.

A ANP obrigou 4.200 postos no país em que o número de bicos de diesel supera o de outros combustíveis a vender o S50 a partir do dia 1º.

"O posto é obrigado a tirar um equipamento produtivo na venda de diesel normal por outro que vende muito pouco, gerando ineficiência", diz Alísio Vaz, presidente do Sindicom (Sindicato das Distribuidoras de Combustíveis).

Na sexta-feira passada, de 8 postos fiscalizados pela ANP na Grande São Paulo, 2 foram multados por não ter o S50 em seus tanques.

A manutenção da qualidade do combustível é outra preocupação do setor.

A ANP estabelece prazo de 30 dias para o diesel ficar armazenado nos tanques dos postos.

"Se ficar muito tempo parado, o produto pode se degradar e trazer sérias sanções ao dono do posto", diz Hashimoto, da Fecombustíveis.

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