Índice geral Mercado
Mercado
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Gradin recorre por dividendos da Odebrecht

Ação é mais novo capítulo da guerra entre famílias na maior disputa societária do país

GRACILIANO ROCHA
DE SALVADOR

Dona de um quinto das ações do grupo Odebrecht, a família Gradin anunciou que vai acionar a Justiça para receber os dividendos referentes ao ano de 2010, que não foram pagos pela companhia.

Trata-se de mais um capítulo da guerra entre os Odebrecht e os Gradin na maior disputa societária do país.

As duas famílias se desentenderam em 2010, quando os Odebrecht decidiram mudar o contrato que há uma década regulamenta as relações entre os acionistas do grupo. Os Gradin rejeitaram a proposta, e os Odebrecht resolveram afastá-los do grupo, comprando suas ações.

O acordo de acionistas dá aos Odebrecht o direito de comprar as ações em determinadas situações. Mas os Gradin dizem que houve desrespeito ao contrato, não gostaram do preço oferecido e decidiram levar a disputa à Justiça em dezembro de 2010.

O grupo Odebrecht é controlado pela Odbinv, companhia cujos principais acionistas são a Kieppe, que pertence à família Odebrecht e tem participação de 63% das ações, e a Graal, da família Gradin, com 20,6% das ações.

A Odebrecht decidiu distribuir R$ 100 milhões aos acionistas, mas não pagou a parcela que caberia aos Gradin.

"É um descalabro e um desrespeito a um minoritário. [A família Gradin] vai adotar as medidas cabíveis porque o não pagamento dos dividendos fere a lei e as recentes ordens judiciais", disse o advogado Caio Druso Vita, que defende a Graal.

O Tribunal de Justiça da Bahia negou -em decisão publicada ontem- recurso apresentado pela Kieppe contra decisão judicial que suspendera a compra das ações dos Gradin pelos Odebrecht.

O advogado da Kieppe, Francisco Bastos, diz que os dividendos não foram pagos porque os Odebrecht já exerceram o direito de comprar as ações e por causa da disputa judicial em torno da participação dos Gradin.

"Não é justo que se faça o pagamento e que amanhã a Justiça defina que as ações pertençam à Kieppe."

Ele disse que o objetivo da decisão de não pagar os dividendos até a solução da briga judicial não é exercer pressão sobre os Gradin.

"Quem está exercendo pressão é quem não está cumprindo um pacto acertado há dez anos." Bastos disse que recorrerá ao STJ contra a decisão do TJ baiano.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.