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Novo ataque trava sites de quatro bancos

Sete instituições foram atingidas ontem; especialistas dizem que ação na internet não roubou dados de clientes

Segundo a Febraban, episódios de sobrecarga a sites financeiros dos últimos dias não representam ameaça

CAMILA FUSCO
DE SÃO PAULO

Pelo menos sete sites de bancos e instituições financeiras brasileiros ficaram fora do ar ontem em mais uma onda de ataques de hackers.

Esse foi o quinto dia de ações promovidas pelo grupo Anonymous, que se define como ativista contra a "corrupção e a podridão da política nacional".

Até as 19h, tinham sido atingidos os sites dos bancos Central, Citibank, Panamericano, BMG, da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e das administradoras de cartões Redecard e Cielo. As páginas on-line ficaram fora do ar por minutos.

Na semana, também foram atingidos Bradesco, Banco do Brasil, Itaú e HSBC. A maioria das instituições confirmou indisponibilidade de suas páginas na internet.

"Episódios de sobrecarga nos acessos a sites de alguns bancos ocorridos nos últimos dias não representaram nem representam ameaça aos dados pessoais e contas correntes dos clientes", afirmou a Febraban, também em nota.

Especialistas ouvidos pela Folha confirmam que não há indícios de roubo de informações financeiras.

"A melhor analogia a fazer é o congestionamento de linhas telefônicas que ocorre no Natal. Com muitos acessos, a capacidade da rede não aguenta", diz Denny Roger, especialista em segurança da consultoria EPSEC.

No caso dos bancos brasileiros, os hackers usam máquinas poderosas para simular centenas de acessos por segundo, sobrecarregando os servidores que suportam a estrutura de internet.

Segundo Fernando Nery, especialista da Modulo Security, empresa de gestão de riscos, na maioria dos casos são usados computadores zumbis, "sequestrados" de usuários que nem sequer sabem que estão tendo suas máquinas usadas. Os hackers embutem o robô que dispara os acessos por meio de e-mails contaminados ("phishing scams"), que o usuário clica por acaso.

CRIMES FINANCEIROS

O Brasil está em quarto entre os países com maior volume de vulnerabilidade de segurança na web, atrás de China, África do Sul e México.

No entanto, na avaliação dos especialistas, é possível considerar o sistema de internet banking nacional seguro. Segundo a Febraban, "a maior parte dos ataques acontece porque o usuário médio dos bancos na internet não usa mecanismos de proteção", diz Sergio Dias, especialista da Symantec, empresa de segurança e antivírus.

Cerca de 80 mil brasileiros sofrem golpes on-line todos os dias, segundo o movimento Brasil sem Vírus, do Comitê de Democratização da Informática (CDI) e do TechTudo. A missão do grupo é fazer eventos periódicos sobre segurança na internet. A primeira será hoje no edifício Copan (SP), onde computadores de 1.160 apartamentos receberão vacinas.

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