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Análise Alimentos

Alta fica abaixo da média de janeiro

PAULO PICCHETTI
ESPECIAL PARA A FOLHA

As condições climáticas não prejudicaram a oferta dos gêneros alimentícios de forma significativa na maioria dos itens neste início de 2012.

As maiores elevações dos preços de alimentos nos índices de preços ao consumidor em todos os anos são verificadas em janeiro.

No caso do IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal) da Fundação Getulio Vargas, a média das elevações do item "gêneros alimentícios" nos janeiros desde 2003 é de 1,52%, a maior entre todos os meses do ano.

Entretanto, as condições específicas de cada ano impõem desvios com relação a essa média sazonal. Janeiro de 2012 mostrou elevação de apenas 0,47% (veja gráfico).

As variações de preços de alimentos no curto prazo estão muito mais condicionadas às condições de oferta do que a fundamentos macroeconômicos, mas eles acabam tendo um papel importante no comportamento de longo prazo dos preços em geral.

Dessa forma, esse comportamento do início de 2012 traz uma boa perspectiva para a evolução dos preços ao longo do ano. Entretanto, alguns problemas de oferta decorrentes principalmente da seca no Sul foram observados neste início de ano, com efeitos claros sobre preços.

Alguns itens, como a soja, têm um impacto maior nos índices de preços ao atacado do que nos índices de preços ao consumidor. Como consequência, a evolução do item "produtos agropecuários" no Índice de Preços ao Produtor Amplo, também da FGV, não foi tão favorável em janeiro (aumento de 1,1%).

Um dos itens afetados pela redução da oferta, e que tem impacto bem maior nos índices de preços ao consumidor, é o feijão, que teve um aumento de 7,63% em janeiro passado (a média dos janeiros desse item é de 2,59% desde 2003).

A evolução dos preços dos alimentos no geral neste início de ano parece apontar para uma acomodação, depois dos aumentos substantivos dos últimos anos, o que tem efeitos positivos tanto sobre o cotidiano do consumidor como sobre os condicionantes da política econômica.

PAULO PICCHETTI, doutor em economia pela Universidade de Illinois, é professor da EESP/FGV e coordenador do IPC-S/Ibre/FGV.

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