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Commodities

Seringueira ocupa área do gado em São Paulo

Área plantada cresceu 81% entre 2000 e 2010, no lugar de pastagens

Produtor quer melhorar aproveitamento de terra cara; alta de preço e demanda incentivam novos investimentos

Edson Silva/Folhapress
Seringueiro retira látex de árvore em fazenda em Barretos (SP)
Seringueiro retira látex de árvore em fazenda em Barretos (SP)

TATIANA FREITAS
DE SÃO PAULO

Esquecidas durante décadas, as seringueiras voltam a atrair investimentos. Preço alto, demanda firme e o deficit no mercado de borracha incentivam o plantio, principalmente em São Paulo.

A área plantada com seringueiras no Estado cresceu 81% entre 2000 e 2010, segundo dados mais recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O ritmo de crescimento é bem superior à média nacional (34%).

A expansão continua e ocorre em áreas de pasto. Assim como a cana, as seringueiras expulsam o gado para regiões onde a terra é mais barata, como o Nordeste.

A Agropecuária Jacarezinho começou a substituir gado por seringueira em 2007, em Valparaíso (SP). "Já plantamos 162 mil pés em 297 hectares. Vamos chegar a 200 mil árvores em 2013 e reavaliar novos plantios", diz Renato Plachi, gerente agrícola.

Praticamente todo o rebanho da Jacarezinho, hoje em 38 mil bovinos, foi para o oeste da Bahia -restam somente 2.000 em São Paulo.

Tradicional pecuarista paulista, Setimio Sala, da Agropecuária Sala, está reduzindo o seu rebanho para plantar seringueiras.

O plantio em São Paulo será de 120 mil árvores nos primeiros dois anos e deve prosseguir. "Pretendo acabar com a pecuária e plantar só seringueira em São Paulo. Em termos de lucro, não há comparação", afirma Sala.

O empresário diz que a rentabilidade com a venda de látex é três vezes maior do que a da cana e até seis vezes superior à da pecuária. Além disso, as seringueiras valorizariam ainda mais a terra.

LONGO PRAZO

Apesar de ser altamente rentável, o cultivo de seringueiras é uma atividade para quem tem capital de giro. Depois do plantio, é preciso esperar sete anos até a primeira produção. E a demora no retorno sobre o investimento afasta alguns interessados.

Por outro lado, a continuidade da oferta chama a atenção de quem busca estabilidade no longo prazo -o tempo de atividade de uma seringueira varia de 40 a 45 anos.

O médico Benedito Alves Delsin iniciou o plantio há sete anos em São José do Rio Preto (SP). "É uma alternativa à minha profissão e para complementar a minha aposentadoria", diz. Delsin já tem 60 mil pés -alguns começam a produzir neste ano.

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