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Produção começa neste ano, mas deficit vai persistir

DE SÃO PAULO

A retomada dos investimentos nos seringais só resultará em maior oferta de borracha nos próximos anos.

Como as grandes expansões de área ocorreram a partir de 2004 e 2005, as seringueiras desse novo ciclo devem começar a produzir entre 2012 e 2013 -há um intervalo de sete anos entre o plantio e a primeira produção.

Não há estimativas oficiais sobre a oferta adicional. Mas Anette Buuck, diretora comercial da Hevea-Tec, grande fornecedora de borracha natural, acredita que a produção pode dobrar até 2020.

A empresa se prepara para o aumento de oferta e deve duplicar a sua capacidade de beneficiamento de borracha, hoje em 21 mil toneladas.

Mas, apesar da retomada, o Brasil -país de origem da seringueira- continuará dependente de importações.

Em 2011, a produção brasileira de borracha natural ficou em 138 mil toneladas, bem abaixo do consumo interno de 406 mil toneladas. O deficit de 268 mil toneladas resultou em US$ 1 bilhão em importações -aumento de 39% em relação a 2010.

"Mesmo que a oferta dobre nos próximos anos, o deficit vai continuar, porque o consumo continua aumentando", diz Anette Buuck.

"Com a instalação de novas fábricas de veículos e de pneus, cresce a expectativa de aumento na demanda", diz Heiko Rossmann, diretor da Apabor (Associação Paulista de Produtores e Beneficiadores de Borracha).

A Sumitomo Rubber começou a construir, em janeiro, uma fábrica de pneus no Paraná e a chinesa O'Green deve anunciar outra unidade.

O aumento da demanda por matéria-prima vem acompanhado de alta nos preços.

Na Bolsa de Cingapura, referência do mercado mundial, a borracha natural atingiu o recorde de US$ 4.520 por tonelada em 2011, na média.

Os preços também foram influenciados por quebra de safra na Tailândia e problemas na Indonésia, que ao lado da Malásia são os principais produtores mundiais.

Passado o momento mais crítico de escassez na oferta, os preços começaram 2012 em baixa, mas se mantêm bem acima da média histórica. (TF)

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