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Por lucro menor, ação da Petrobras cai 7,8%

Ações da estatal na Bolsa perderam 18,3% do valor em 2011; ganho no quarto trimestre foi metade do esperado

Preocupação com lentidão de aumento da produção se estendeu ao refino; importação impactou resultado

DENISE LUNA
DO RIO

Depois de perderem 18,3% do valor em 2011, as ações da Petrobras sofreram forte queda ontem, dia seguinte à divulgação de que o lucro recuou pela metade no quarto trimestre.

Os papéis preferenciais (sem direito a voto) caíram 7,8% ontem.

Segundo analistas, a preocupação que antes era apenas com o ritmo lento de aumento da produção da companhia se estendeu agora para a parte refino e distribuição, conhecida como "downstream".

Nos últimos dez anos, os investimentos da Petrobras cresceram 285%, segundo estudo apresentado ontem pelo presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, que deixa o cargo na próxima segunda-feira.

Por outro lado, a produção total da companhia petroleira, base da sua receita, evoluiu somente 4,2%.

IMPORTAÇÃO

O lucro líquido no quarto trimestre foi de R$ 5 bilhões, metade do esperado pelo mercado e do registrado um ano antes. Pesaram no resultado as importações de derivados de petróleo e um resultado financeiro bem menor do que no mesmo período de 2010.

"Em janeiro o papel tinha recuperado quase tudo o que tinha perdido em 2011 e o mercado achou que o pior já tinha passado, mas levou um susto com esse resultado", disse Nataniel dos Santos, analista do Banco do Brasil Investimentos.

Mesmo assim, a aposta positiva no médio e longo prazos está mantida, diz o analista do banco Geração Futuro de Investimentos Lucas Brendler.

"Os investimentos vão começar a gerar caixa daqui para a frente, a empresa está entrando em outro patamar."

NOVA DIRETORIA

Para ele, as mudanças na diretoria da empresa foram positivas. Nomes técnicos, a nova presidente, Graça Foster, e o novo diretor de Exploração e Produção, José Formigli, têm a confiança do mercado.

Ele lembrou que os investimentos da empresa vão começar a gerar frutos nos próximos anos, principalmente quando a produção do pré-sal começar com mais força.

Os três poços em atividade no campo de Lula, no pré-sal da bacia de Santos, já estão entre os mais produtivos do país.

A falta de equipamentos e a exigência de conteúdo nacional são apontados por analistas como as principais causas da demora do crescimento da produção da Petrobras, fatores agravados no ano passado pelo intensificação da fiscalização da ANP (Agência Nacional do Petróleo), que determinou um número expressivo de paradas não programadas nas plataformas de produção.

Apesar de a produção caminhar a passos lentos, em dez anos a Petrobras passou de um patamar de lucro de R$ 8,1 bilhões, em 2002, para R$ 33,3 bilhões em 2011, um crescimento de 311%.

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