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Análise

Perspectivas para o mercado automotivo são favoráveis

STEPHAN KEESE
ESPECIAL PARA A FOLHA

Estudos mostram que o Brasil deve se tornar um dos três maiores mercados automotivos do mundo em 2015.

Além do aumento no número de vendas -de 1,5 milhão de unidades em 2000 para 3,6 milhões em 2011-, a chegada de novas montadoras chinesas e coreanas, o lançamento de diferentes modelos e o crescimento da economia local têm contribuído para o destaque do país.

Esses fatores garantiriam, por si só, a conquista do terceiro lugar em três anos. Mas alguns pontos podem mudar a perspectiva de bons ventos.

O aumento do IPI, por meio do qual o governo espera fortalecer e proteger a indústria brasileira, impactará as importações e aumentará as vendas das marcas nacionais.

Mas a proteção do emprego local, um dos objetivos da medida, está comprometida. Isso porque a maioria das montadoras atingidas havia anunciado produção no país para reduzir a dependência de produtos importados no curto prazo.

Uma queda nas vendas poderá influenciar a concretização do cenário positivo: com menos carros vendidos, há menos dinheiro para investir no Brasil e é isto que realmente pode afetar os empregos daqui.

Outro fator que pode prejudicar o aumento das vendas no país é a incerteza que paira sobre o acordo automotivo entre Brasil e México.

Com o rompimento cogitado, teríamos uma balança comercial mais equilibrada, mas as montadoras que estão no Brasil perderiam vendas em exportação e o brasileiro pagaria mais pelos veículos mexicanos. Nesse caso, a melhor opção é a ampliação do acordo, incluindo outros segmentos nas negociações, como caminhões e ônibus.

De qualquer forma, ainda é seguro prever um cenário atraente para a indústria automotiva nacional.

As montadoras estão planejando vários lançamentos, o que duplicará a oferta de opções no mercado. Se o governo rever o aumento do IPI e o acordo com o México for alterado, com as inclusões que o Brasil solicita ao governo mexicano, nosso lugar no pódio estará garantido.

STEPHAN KEESE, engenheiro industrial especializado em operações estratégicas, é diretor da Roland Berger Strategy Consultants no Brasil

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