Índice geral Mercado
Mercado
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Sul-africano confia em know-how da Copa para lucrar no Brasil

Empresa que vai operar Guarulhos admite risco e observa semelhanças com seu país

SHEILA D’AMORIM
DE BRASÍLIA

Vencedora da disputa pela administração do aeroporto de Cumbica, em São Paulo, a empresa sul-africana Acsa confia na experiência obtida com a realização da Copa de 2010 e nas semelhanças entre seu país e o Brasil para garantir que a concessão será rentável.

O preço pago, R$ 16,2 bilhões para administrar o aeroporto por 20 anos, foi considerado elevado pelos concorrentes, que desistiram de seguir na disputa após conhecer o valor inicial proposto pelos africanos.

Em clima de comemoração, representantes da empresa dizem que mesmo com esse valor a ser pago será possível remunerar devidamente os acionistas da empresa.

"Esse foi nosso foco", diz Christopher Hlekane, gerente-geral do aeroporto de Johannesburgo, o maior da África, que é administrado pela empresa. Em entrevista à Folha, Hlekane rebate as críticas de que com esse preço alto o negócio poderá não ser rentável.

Ele afirma que "a empresa desenvolveu um plano de negócios em que, pelo preço pago, Guarulhos será um ativo rentável para o acionista".

O executivo admite que há riscos, mas considera que isso faz parte de qualquer negócio. Um risco apontado no setor, segundo ele, é sempre o de frustração em relação ao volume de passageiros, que varia de acordo com o desenvolvimento econômico.

ESTRATÉGIAS

Ele diz, no entanto, que há estratégias para tentar minimizar esse ricos, por exemplo, com receitas de exploração de áreas comerciais.

Hlekane reconhece que ocorreram alguns problemas durante a Copa na África do Sul. Um deles foi a dificuldade de pouso em determinados aeroportos na fase final do campeonato.

"Durante as finais, cerca de quatro aeronaves não puderam pousar, mas foi um único incidente", diz.

"Nós tínhamos uma regra de que as aeronaves tinham que pousar e partir imediatamente. Infelizmente algumas não partiram."

O episódio, diz, gerou um aprendizado a ser trazido para o Brasil. "No planejamento para a Copa não podemos ter áreas para movimentos secundários no aeroporto.

Deve-se ter somente o movimento principal e, se necessário, proibir que aeronaves fiquem paradas."

Para o cônsul da África do Sul no Brasil, Yusuf Omar, a Copa foi um grande exercício para mudar a imagem que as pessoas tinham da África. Para Omar, o setor de aeroportos se destacou.

Ele diz que, ao ganhar a concessão de Guarulhos, o país trará para o Brasil suas melhores experiências, já que a empresa administra nove aeroportos.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.