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Empresa do Vale do Silício quer competir com biodiesel de soja

Molécula pode substituir substância fósseis em combustíveis

DE SÃO PAULO

Uma empresa com sede no no Vale do Silício, na Califórnia (costa oeste dos EUA), e com o quadro de funcionários formado por cientistas viu na busca de novos usos para a cana uma oportunidade de negócios.

Nasceu como uma empresa sem fins lucrativos para criar enzima usada na produção de um remédio contra a malária e, dessa forma, tornar mais barato o acesso ao medicamento.

Hoje, trabalha em parceria com os maiores grupos sucroalcooleiros do país para produzir farneseno.

Trata-se de uma molécula (hidrocarboneto) que pode substituir diversas substâncias não renováveis ou pouco sustentáveis em diferentes processos produtivos -é o caso do petróleo.

O farneseno pode, então, produzir diesel de origem vegetal e lubrificantes. A substância também pode ser usada na fabricação de garrafas PET, cosméticos, perfumes e pneus, entre outros usos.

Hoje a Amyris produz o farneseno em uma fábrica alugada da Biomin, do setor nutrição animal, em Piracicaba (SP). Vende o produto para indústrias de combustíveis e cosméticos.

O DESAFIO DO CUSTO

O alto custo para a produção dos produtos sustentáveis, no entanto, ainda é um grande desafio. Por isso, a empresa precisa de escala.

Neste momento, constrói duas unidades próprias -uma delas por meio da joint venture formada com a São Martinho, em Pradópolis, e outra em Brotas, ambas em São Paulo. Os investimentos somam R$ 270 milhões.

Segundo Paulo Diniz, presidente da Amyris Brasil, a operação em plantas próprias, prevista para o segundo semestre de 2012, vai reduzir os custos e ajudar a empresa a oferecer um produto mais competitivo.

"Nosso planejamento é oferecer o diesel de cana com um custo ligeiramente abaixo do de biodiesel (de soja). Mas, hoje, ainda não está perto do que consideramos competitivo", afirma.

Segundo ele, só o preço do farneseno para a produção do diesel de cana é de, em média, US$ 1 por litro (R$ 1,72).

Para lucrar mais, a ideia é estar diretamente envolvida na operação.

"O nosso negócio não é receber royalties. Queremos operar por considerar esse negócio mais sustentável no longo prazo", afirma Joel Velasco, vice-presidente sênior de relações externas da Amyris.

(TATIANA FREITAS)

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