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Cosan pagará R$ 896 mi para entrar na ALL

Aquisição de 5,7% de empresa de logística depende de aval de acionistas e de reguladores

DE SÃO PAULO

O grupo Cosan anunciou ontem que pretende desembolsar R$ 896,5 milhões para entrar no controle da ALL Logística. Para isso, fechou acordo diretamente com três acionistas para comprar 5,67% das ações.

Riccardo Arduini e Julia Dora Koranyi Arduini decidiram vender 3,20% de suas ações. O grupo de investimentos neozelandês GMI (Global Market Investments) concordou em vender 2,47%.

Mas, para ser efetivado, o negócio precisará ser aprovado não somente pelos órgãos reguladores -ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica)-, mas pelos outros acionistas da ALL.

Isso porque a maior parte dos papéis envolvidos na transação (4,93%) está subordinada ao acordo de acionistas. Por ele, quem está no controle tem preferência na compra de ações.

Além disso, a ALL teria de aprovar um novo acordo, caso eles desistam da preferência em favor da Cosan.

Lutz disse estar confiante em que o negócio seja efetivado rapidamente. A partir de hoje, a Cosan terá 15 dias para levar a operação ao Cade.

CONFLITO DE INTERESSE

Cerca de R$ 400 milhões a serem pagos pela Cosan representam "prêmio" ao acionista. Motivo: o grupo vê perspectivas de ganhos superiores às do mercado.

Maior produtora de açúcar e etanol do mundo, a Cosan quer também se tornar uma das principais empresas de infraestrutura, principalmente no transporte de commodities agrícolas.

A ALL Logística é a maior operadora de ferrovias da América Latina com 21 mil quilômetros de linhas. "Ela é a espinha dorsal do agronegócio no Brasil", disse Lutz.

Apesar de serem negócios complementares, a Folha apurou que o Cade se preocupará com os possíveis conflitos de interesse.

Hoje, a Cosan já é cliente da ALL, que faz o transporte de 80% do açúcar tipo exportação do grupo. A Cosan poderia ter poder de mercado na ALL. Lutz já vê saídas. "Não votaríamos em casos de conflito", disse.

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