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Cineastas reagem a campanha da Sky contra lei

DE SÃO PAULO

A ofensiva da Sky contra a nova lei da TV paga tem sido criticada por alguns cineastas e associações do setor audiovisual do país.

A legislação -em fase de regulamentação na Ancine- inclui cotas obrigatórias de programação brasileira nos canais por assinatura e a inclusão de emissoras nacionais nos pacotes.

A operadora já contesta a lei na Justiça. Agora, veicula anúncios em revistas, na sua página na internet e em sua grade de programação.

No site, um letreiro avisa: "Seu controle remoto está nas mãos da Ancine". O presidente da Sky, Luiz Eduardo Baptista, diz que a regulamentação fará a agência ter um "controle soviético" sobre o que os assinantes devem assistir.

Num vídeo, atletas criticam a lei por não considerar esporte e jornalismo como "programação qualificada" -não preenchem cotas para a produção nacional.

A iniciativa causou reações. "Jogar os esportistas contra a cultura é torpe. Os canais esportivos não precisam atender as cotas", disse o cineasta Toni Venturi.

O Congresso Brasileiro de Cinema irá ao Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) contra a Sky. Em 2008, o CBC conseguiu tirar do ar campanha parecida da Associação Brasileira de TV por Assinatura.

O diretor Fernando Meirelles disse que sua produtora, O2, recebeu 56 propostas de programas em três meses, graças à nova lei.

"Em nome de que tentar barrar esse boom criativo tão bonito? É pelo direito de os brasileiros assistirem só a 'Extreme Makeover'?", disse, referindo-se a um reality show americano.

Baptista rebate e afirma que outros segmentos, como programas de auditório, sairão prejudicados. Segundo ele, os pacotes ficarão mais caros.

(ANNA VIRGINA BALLOUSSIER E MATHEUS MAGENTA)

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