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Commodities

Gasolina tem de subir 10%, dizem analistas

Para especialistas, reajuste daria fôlego para o caixa da Petrobras e não comprometeria o controle da inflação

Consultoria estima em 21% defasagem do preço do combustível; petróleo sobe 2,89% em Londres e vai a US$ 126

DENISE LUNA
DO RIO

Se o preço do petróleo continuar subindo e o real se valorizando, a Petrobras não terá outra opção a não ser ajustar o preço dos seus principais combustíveis, gasolina e diesel, afirmam analistas.

Os especialistas consideram o momento como ideal para que isso ocorra, já que a inflação está sob controle.

Com preços defasados dos seus principais produtos em relação ao mercado internacional -21% a gasolina e 23% o diesel, segundo dados do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura)-, a expectativa do mercado é que haja aumento de no mínimo 10%.

Isso daria fôlego para o caixa sem comprometer o controle da inflação. A defasagem já foi de 30% em julho de 2008, quando o petróleo foi a US$ 147 o barril.

Ontem, o petróleo chegou a atingir os maiores valores de 2008 com rumores (negados) de uma explosão em oleoduto na Arábia Saudita.

O Brent (Londres) fechou em alta de 2,89%, a US$ 126,20. Em Nova York, o WTI foi a US$ 108,84 (+1,65%).

"Tenho visto relatórios apontando que o aumento de 10% daria impacto de 0,4 ponto percentual na inflação. Isso seria bem-visto pelo mercado, mas não suficiente para ajustar as contas", diz Lucas Brendler, do Banco Geração Futuro de Investimentos.

Para Adriano Pires, diretor do CBIE, mesmo abaixo do necessário, um ajuste de 10% no curto prazo já daria um bom sinal para o mercado, que pune os papéis da empresa por ver ingerência do governo em sua administração.

Pires calcula que, com a falta de repasse dos aumentos internacionais do petróleo de 2003 até dezembro de 2011, a Petrobras deixou de ganhar R$ 14 bilhões, sendo R$ 7,8 bilhões somente em 2011, quando as importações de gasolina da companhia dispararam pelo aquecimento do mercado interno.

"Já passou do limite para ter reajuste. Seria um bom momento porque a inflação está baixa e daria uma boa impressão para o mercado, de que a gestão da nova presidente, Graça Foster, é mais técnica que política", afirma.

Na Petrobras, segundo fontes, a avaliação é que o aumento do preço do barril de petróleo não é estrutural e ocorre por evento geopolítico. Portanto, não há planos de um ajuste imediato.

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