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Análise

Álcool favorece produtor, mas pode provocar falta do grão

DANIELE SIQUEIRA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Os EUA já produziam etanol desde o final da década de 1970, mas a mistura a gasolina só se tornou obrigatória a partir de 2006, o que fez as usinas do país se multiplicarem rapidamente. Isso aumentou a disputa pelo milho entre os compradores e contribuiu para a alta dos preços recebidos pelos produtores.

No Brasil, a maior competição também favoreceria os agricultores, dando mais liquidez ao mercado. Mas poderia trazer problemas.

Por mais que algumas áreas brasileiras já produzam milho tão bem como as melhores regiões dos EUA, nossa produtividade média ainda representa menos da metade da produtividade média norte-americana.

Além disso, a produção do Brasil torna-se mais dependente da safrinha e menos dependente da safra de verão a cada ano. Como a safrinha tem maior risco climático, por causa das geadas no Paraná e da estação seca no Centro-Oeste, o grau de incerteza sobre o tamanho da oferta de milho torna-se maior.

Também poderia haver dificuldades no lado da demanda. Mesmo firmando-se como grande exportador mundial nos últimos anos, o Brasil ainda exporta pouco milho-cerca de 15% da produção.

Isso significa que o Brasil tem um mercado doméstico forte para o cereal. Assim, em um cenário (pouco provável) de grande produção de etanol de milho, poderia haver escassez do grão, elevando os preços das carnes e a inflação de alimentos.

DANIELE SIQUEIRA é analista da AgRural.

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