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Brasil quer teto à importação de automóveis mexicanos

Governo enviou ao México proposta para equacionar deficit comercial

Presidente Dilma cogita rompimento de acordo se limite de US$ 1,4 bi por ano para carros mexicanos não for aceito

VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA

O governo brasileiro refez sua proposta de mudança do acordo automotivo com o México e quer limitar as exportações de automóveis mexicanos para o Brasil em US$ 1,4 bilhão por ano. A cota valeria pelo prazo de três anos.

A proposta anterior fixava o limite de importação de automóveis mexicanos em US$ 1,17 bilhão. Diante da resistência do México, o governo formalizou a nova sugestão e aguarda uma resposta para tentar solucionar o impasse em torno do regime automotivo vigente com aquele país.

No ano passado, as exportações de automóveis do México para o Brasil atingiram US$ 2 bilhões, ante apenas US$ 54,7 milhões em 2002, ano em que o acordo começou a vigorar entre os países.

Por esse instrumento bilateral, a venda de carros mexicanos para o Brasil não paga Imposto de Importação, além de estar livre do recente aumento de 30 pontos percentuais no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) criado para proteger as montadoras instaladas aqui.

A disparada na venda de carros mexicanos para o mercado brasileiro, provocada principalmente pela queda das vendas nos Estados Unidos, fez a presidente Dilma Rousseff exigir uma renegociação do acordo com o governo mexicano.

NOVA OFERTA

A primeira cota ofertada ao México, de US$ 1,17 bilhão, representava a média das exportações de automóveis dos últimos cinco anos. A nova proposta, de US$ 1,4 bilhão, é a média das vendas de carros daquele país para o Brasil nos últimos três anos.

A nova proposta foi encaminhada anteontem pelo governo brasileiro por meio de carta endereçada à chanceler mexicana Patricia Espinosa e ao ministro da Economia, Bruno Ferrari.

O texto, além de pedir a criação da cota de importação, propõe mudar o índice de conteúdo regional que um carro mexicano deve ter para ser exportado para o Brasil sem pagar o aumento de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), cobrado de automóveis importados.

Hoje, esse conteúdo é de 30%, enquanto os carros brasileiros que são vendidos para o México precisam ter 55% de conteúdo brasileiro.

O governo Dilma quer subir esse conteúdo regional de peças automotivas do lado mexicano para 35% e elevar, ao longo dos próximos quatro anos, para 45%.

A orientação da presidente Dilma é romper o acordo automotivo se os mexicanos não aceitarem a proposta de renegociação. Nesse caso, o atual regime ainda valeria pelo prazo de 14 meses.

A quantidade de veículos vindos do México cresceu 266% de 2007 até 2011, para 134,6 mil unidades por ano. Em 2011, o deficit brasileiro foi de US$ 1,55 bilhão.

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