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Casino nega mudança societária no Brasil

Grupo francês diz que não tem, neste momento, planos específicos para levar Pão de Açúcar para o Novo Mercado

Reportagem mostrou que franceses querem fundir operação na América Latina após controlar Pão de Açúcar

DE SÃO PAULO

O grupo francês Casino, que divide o controle do brasileiro Pão de Açúcar com o empresário Abilio Diniz, negou ontem que tenha "neste momento" um "projeto específico" de conversão das ações preferenciais (sem voto) em ordinárias (com voto).

A alteração levaria a varejista brasileira para o Novo Mercado da BM&FBovespa, segmento de alta transparência e respeito aos acionistas minoritários da Bolsa.

Reportagem da Folha, no domingo, mostrou os planos do Casino de reestruturação societária após assumir o controle do Pão de Açúcar, em 22 de junho.

A proposta é simplificar a estrutura acionária, criando só um tipo de papel, para facilitar uma fusão das operações latinoamericanas, inspirada na associação da aérea brasileira TAM com a chilena LAN, formando a Latam.

Os franceses negaram que estudem, neste momento, fundir as operações brasileira, colombiana, uruguaia e argentina em uma grande subsidiária latinoamericana, para diluir a participação de Abilio Diniz, levando à sua saída da rede.

O argumento é que a permanência ou a saída do empresário não muda o controle, comprado em 2005 e que será assumido pelo Casino em junho. Dessa forma, os franceses não precisariam se utilizar de "artifícios".

Segundo Tzu-Wing Yee, corretor da CM-CIC Securities de Londres especialista no mercado brasileiro, o mercado aguarda uma simplificação societária do Pão de Açúcar no Brasil. "Hoje, as ações estão muito abaixo do que poderiam estar por conta das disputas entre os sócios."

HISTÓRICO

Negociada em 2005, a "virada" no controle da varejista em junho deste ano deve encerrar as disputas societárias intensificadas em 2011, quando Abilio lançou proposta de fusão com a subsidiária brasileira do Carrefour.

Desde então, a relação do brasileiro com o Casino azedou. Abilio tem direito vitalício de presidir o conselho do Pão de Açúcar e de apontar o presidente da companhia a partir de uma lista tríplice indicada pelo Casino.

Uma das saídas para Abilio seria cindir do grupo a varejista Globex, que reúne as lojas do Ponto Frio e da Casas Bahia, que ficariam com Abilio. A proposta foi bombardeada pela família Klein, antiga dona das Casas Bahia, que procurou se aproximar do Casino por ter Abilio como "desafeto" comum.

(TONI SCIARRETTA e JULIO WIZIACK)

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