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Commodities Citricultor e indústria disputam ganho Produtores dizem que fim da sobretaxa ao suco nos EUA irá para o segmento; associação de exportadores discorda Para presidente da CitrusBR, os prejuízos da taxa antidumping foram absorvidos apenas pela indústria ARARIPE CASTILHODE RIBEIRÃO PRETO A queda das sobretaxas dos EUA sobre o suco de laranja brasileiro, graças à revogação da multa antidumping, gerou divergências entre indústria e produtores da fruta no Brasil sobre os preços futuros do produto. O presidente da Associtrus (Associação Brasileira dos Citricultores), Flávio de Carvalho Pinto Viegas, disse que "há perspectiva de ganhos maiores" porque, segundo ele, com a taxa de US$ 50 por tonelada, a indústria repassava ao produtor um prejuízo de US$ 0,20 por caixa. "Exportando 150 mil toneladas para os EUA [volume comercializado por ano para os americanos], aproximadamente US$ 7,2 milhões deixavam de ser repassados para os produtores brasileiros", afirmou Viegas. Para ele, os valores envolvidos podem parecer relativamente pequenos, "mas são muito relevantes para os produtores, com certeza". Já o presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), Christian Lohbauer, afirma que não havia como a indústria ter repassado os prejuízos aos produtores. "Ninguém compra laranja aqui no Brasil achando que vai ser multado em outro país", afirmou Lohbauer. Para ele, "não faz sentido" a reclamação da Associtrus. "Todos os prejuízos gerados pelo dumping foram para a indústria. E essa vitória [de derrubar a taxa antidumping dos EUA] também foi uma vitória só da indústria." Dumping é a prática de exportar um produto a valores mais baixos do que aqueles praticados dentro do país de origem. A acusação de que a indústria brasileira agia dessa forma nasceu em 2006. Desde aquele ano, as empresas exportadoras pagavam uma multa para poder vender o suco nos EUA. A CitrusBR e as indústrias acusadas recorreram, conseguiram na OMC (Organização Mundial do Comércio) o reconhecimento de que não havia dumping e, nesta semana, a Comissão de Comércio Internacional dos EUA também reconheceu a legitimidade dos preços praticados pelo Brasil. 'VITÓRIA MORAL' "Não vai mudar muita coisa. O Brasil não vai exportar mais para os EUA ou vender mais caro o suco. O importante é o efeito moral dessa decisão, porque fica comprovado que o país faz comércio exterior de forma honesta", disse Lohbauer. Anualmente, o país exporta 1,2 milhão de toneladas de suco -e cerca de 170 mil toneladas vão para os EUA. A União Europeia, maior importadora do produto brasileiro, fica com 70%. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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