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Argentina tira concessões de petróleo da YPF

Subsidiária da espanhola Repsol tem sido alvo de críticas da presidente Cristina Kirchner

SYLVIA COLOMBO
DE BUENOS AIRES

Os governadores das províncias de Santa Cruz e Chubut, as mais importantes produtoras de petróleo da Argentina, retiraram as concessões para a exploração de petróleo da YPF, subsidiária da espanhola Repsol.

De acordo com a decisão, a YPF deixa de controlar num prazo de 90 dias as áreas de Escalante-El Trébol, Campamento Central-Cañadon Perdido, Los Monos e Sierra de Piedra.

A YPF é a maior petroleira do país, responsável por mais da metade do combustível produzido na Argentina. Antiga aliada do governo Néstor Kirchner, tornou-se alvo de duras críticas da atual presidente, Cristina Kirchner.

O governo acusa a YPF de cartel e de não ter investido o suficiente para enfrentar uma provável carência energética no próximo inverno.

"O consumo só tem aumentado, e a produção não acompanha. Virão meses difíceis e Cristina está construindo um inimigo para jogar a culpa nele. Escolheu a YPF", disse à Folha o economista Marcelo Elizondo.

As províncias de Chubut e Santa Cruz são responsáveis pela maior parte da produção no país: a primeira com 30% e a segunda com 20%.

A pedido dos governos locais, a YPF havia apresentado na terça à noite um planejamento de investimentos para essas regiões, mas o governo o considerou insuficiente.

A YPF ainda se defendeu dizendo que investira recentemente US$ 350 milhões em Chubut e US$ 380 milhões em Santa Cruz.

Durante o anúncio da medida, que reuniu mais de 10 mil pessoas na cidade fronteiriça de Puesto Ramón Santos, os dois governadores usaram um discurso nacionalista. "Nos cansamos de que nos dirijam desde a Espanha", disse Daniel Peralta, governador de Santa Cruz.

Outras províncias têm se juntado à campanha contra a petrolífera. Trata-se de Mendoza, que forçou a YPF a baixar preços, e Neuquén, que anunciou que enviará intimações a 12 empresas da área, incluindo a YPF.

Na semana passada, Cristina Kirchner havia pedido mais investimentos da Petrobras no país.

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