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Procuradoria vai processar a Chevron por vazamentos

Denúncia será feita com base em inquérito aberto após incidente de novembro

Procurada, empresa não se pronuncia; para Ibama, derramamento de 2011 pode ser a causa do informado anteontem

DENISE LUNA
MARCO ANTÔNIO MARTINS
DO RIO

A Chevron será responsabilizada criminalmente pelos vazamentos no campo de Frade, na bacia de Campos.

O procurador da República Eduardo Santos Oliveira vai apresentar nos próximos dias denúncia contra a empresa norte-americana, com base no inquérito aberto em novembro, quando ocorreu o vazamento de 2.400 barris de óleo no mar.

Anteontem, a petroleira informou que um novo afloramento de petróleo, ainda de causa desconhecida, foi encontrado a três quilômetros do primeiro acidente da empresa, no campo de Frade.

Segundo a empresa, apenas cinco litros de petróleo foram derramados no mar.

"Não vamos instaurar um novo inquérito. Esse fato será acrescentado à investigação anterior, mas esse dado é desconcertante", afirmou o procurador Eduardo Oliveira.

"O novo vazamento só confirmou minha convicção de que não havia um mínimo controle da exploração do poço. Esse vazamento nunca foi interrompido."

A Chevron disse que não foi notificada e, por isso, não se pronunciaria sobre a intenção do procurador.

O delegado federal Fábio Scliar, responsável pelo inquérito do acidente de novembro, afirmou não se surpreender com um novo vazamento.

"Esse vazamento tem muito a ver com o de novembro. São atos correlatos. Há um descontrole na exploração daquele local pela Chevron", disse Scliar.

IBAMA

O Ibama informou ontem que provavelmente o novo vazamento é uma consequência do ocorrido em novembro.

O órgão notificou a Chevron a apresentar informações detalhadas quanto às ações para diminuir o impacto ambiental.

A empresa tem até o próximo dia 20 para responder à notificação. Ao fim do prazo, Marinha, Ibama e ANP irão se reunir para avaliação conjunta.

Mas, para o geólogo Doneivan Ferreira, professor da Universidade Federal da Bahia, devido à distância

que separa os dois afloramentos de petróleo, pode estar havendo exsudação (migração natural do petróleo pelas rochas).

"A distância me parece muito grande para ser um reflexo do primeiro acidente, mas pode ser que a precondição geológica do local tenha provocado isso", disse.

Já na avaliação do engenheiro Fernando Siqueira, ex-Petrobras e vice-presidente da Aepet (Associação dos Engenheiros da Petrobras), se for comprovado que o reservatório da empresa se estende até o local onde houve o novo incidente, é possível que o primeiro seja a causa do segundo.

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