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Bancos públicos estudam não cobrar juros de cheque especial

Medida em debate com a Fazenda valeria alguns dias no mês e visa reduzir custo de empréstimos

Concorrentes privados lançaram mão desse recurso; parte da equipe econômica reluta em adotá-lo

SHEILA D’AMORIM
DE BRASÍLIA

Uma das medidas em discussão entre os bancos oficiais e o Ministério da Fazenda para tentar reduzir o custo dos empréstimos no país é garantir aos clientes dessas instituições o uso do cheque especial por alguns dias no mês sem a cobrança de juros.

A medida, que já foi adotada por concorrentes da iniciativa privada, visa evitar que correntistas que recorrem eventualmente a essa forma de crédito por um prazo curto fiquem reféns do custo elevado do cheque especial.

A proposta surgiu durante discussão da equipe econômica, mas cada banco ainda estuda a viabilidade de implementá-la. Nesta semana, a Caixa Econômica Federal deverá divulgar suas ações para reduzir o custo dos empréstimos. O BB deverá fazer o mesmo na sequência.

Na semana passada, o governo cogitava promover uma solenidade conjunta para o anúncio dos dois bancos.

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No entanto, segundo a Folha apurou, uma parte da equipe econômica teme que a iniciativa seja interpretada como uma tentativa do governo de impor regras ao sistema financeiro privado.

Além disso, avalia-se que não é recomendável para o BB, que é controlado pela União e tem parte das suas ações negociadas em Bolsa, passar a imagem de que está agindo nessa área por determinação do controlador -e não por achar que é uma decisão comercial viável.

Isso poderia ir contra o objetivo maior do governo: induzir iniciativas de redução dos juros também por parte dos bancos privados.

Diante do cenário de concorrência cada vez mais acirrada na área financeira, a avaliação é que as instituições oficiais são um instrumento importante para influenciar o comportamento do mercado financeiro.

Esse raciocínio baseia-se na experiência de 2009, quando os bancos oficiais lideraram a oferta de crédito para estimular a economia.

Com isso, evitaram que a concessão de empréstimos secasse e forçaram a concorrência privada a manter as operações, mesmo que num ritmo menor.

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