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Inadimplência deve cair até 2013, diz BC

Relatório prevê 'estabilização com perspectiva de recuo' nos atrasos no pagamento de dívida dos consumidores

Para Banco Central, o sistema financeiro do país demonstra 'solidez' até em cenário de estresse econômico

SHEILA D’AMORIM
DE BRASÍLIA

Depois do repique da inadimplência ao longo de 2011, o Banco Central acredita que os atrasos no pagamento de dívida dos consumidores junto aos bancos se estabilizaram e deverão cair entre 2012 e 2013.

Segundo o diretor de Fiscalização, Anthero Meirelles, o crescimento dos calotes em 2011, que chegou a 5,5% do total de empréstimos feitos às pessoas físicas, foi gerado pela "safra de operações" contratadas entre 2009 e 2010.

Nesse período, o crédito foi usado como principal instrumento do governo para tentar reativar a economia que sofria o impacto da crise financeira internacional.

Para o BC, porém, isso não significa que a atuação dos bancos nesse período, sobretudo a dos bancos públicos que aumentaram a concessão de crédito, foi "imprudente". "Não há nada que sinalize [isso]", destacou o diretor.

Desde o início de 2009, a inadimplência, que chegou a 7,21% em abril daquele ano, vinha em queda. Segundo o relatório divulgado ontem pelo Banco Central, o atraso nos pagamentos bateu em 4,98% no fim de 2010 e subiu ao longo de 2011 para 5,5%.

"O crédito vivia uma expansão pronunciada no pós-crise e houve muita demanda. Mas depois houve reversão das condições", diz Meirelles, citando o aumento de juros e de exigências que restringiu operações longas.

SOLIDEZ

Para ele, é "normal" que a inadimplência tenha crescido nesse período. Mas o BC aposta que, com o cenário atual de retomada do crescimento da economia, aumento da renda, baixo índice de desemprego, queda de juros e maior controle no crédito concedido pelos bancos, os atrasos tendam à estabilização "com perspectiva de recuo no médio prazo".

Apesar do repique da inadimplência, o levantamento feito pelo BC mostra que o sistema financeiro nacional "demonstra solidez".

Nem mesmo num cenário de forte estresse simulado pelo BC (com disparada no câmbio, aumento de juros e queda do PIB) haveria problema de quebra de banco.

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