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Árabes pagam US$ 2 bi e se associam a Eike

Fundo soberano de Abu Dhabi compra 5,67% da EBX, holding de capital fechado que controla companhias do bilionário

Mubadala garante participação indireta em empresas abertas do 7º homem mais rico do mundo, como a OGX

DENISE LUNA
DO RIO

Dois anos depois de anunciar e em seguida desistir de abrir o capital da sua holding EBX, o empresário Eike Batista vendeu diretamente ao fundo soberano de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, uma parte do capital da empresa que controla suas companhias.

Por US$ 2 bilhões, a Mubadala Development Company, que reúne e gerencia portfólio multibilionário de investimentos locais, regionais e internacionais, comprou 5,67% da Centennial Asset Brazil Equity Fund LLC, o veículo de investimentos da EBX.

A notícia da venda da participação foi antecipada ontem pela colunista Maria Cristina Frias na Folha.com.

Ao comprar por US$ 2 bilhões 5,67% das ações, o Mubadala avalia a holding EBX em US$ 35,5 bilhões.

É a primeira vez que Eike aceita um sócio na holding EBX e é também o primeiro investimento do fundo de Abu-Dhabi no Brasil.

A operação acontece semanas após o empresário brasileiro subir mais uma posição no ranking da revista "Forbes" -passou a ser o sétimo homem mais rico do mundo.

Com a entrada no grupo EBX, a Mubadala garante participação indireta nas empresas de capital aberto do grupo no setor de petróleo e gás natural (OGX), construção naval "offshore" (OSX), mineração (MMX), logística (LLX) e energia elétrica (MPX) e nas de capital fechado de mineração de ouro (AUX), setor imobiliário (REX), esporte e entretenimento (IMX), entre outras.

Muitas delas já fizeram parcerias estratégicas e minoritárias com parceiros de várias nacionalidades.

INJEÇÃO BEM-VINDA

Para o professor de finanças da FGV (Fundação Getulio Vargas) José Baliand, a injeção de recursos é muito bem-vinda em um momento em que o grupo EBX tem várias frentes de investimentos expressivos abertas.

"Isso significa uma confiança muito grande dos investidores desse fundo. Eike tem muitos projetos em diversas áreas, tem a questão do pré-sal, portos, tudo isso exige muito capital", avaliou.

O grupo EBX tem previstos investimentos de US$ 15,5 bilhões entre 2011 e 2012 e pretende aplicar até US$ 50 bilhões nos próximos dez anos em seus projetos.

DÚVIDA

Baliand questiona, porém, se o empresário conseguirá eficiência para gerir tantos negócios.

"Ele poderá ter dificuldade na gestão. São projetos de longo retorno na sua maioria e algumas empresas estão dando prejuízo. Mas essa parceria é muito bem-vinda, só ajuda", afirmou.

Por meio nota, Eike afirmou que "o investimento fortalece consideravelmente

todo o grupo e sua capacidade de implementar com sucesso seus projetos atuais e futuros".

De acordo com a EBX, o acordo garante também à Mubadala participação em futuros projetos do grupo, como empresas de tecnologia, cimento, fertilizantes e entretenimento, entre outras.

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