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Fundos buscam empresa de médio porte

Real valorizado torna mais custoso, em dólar, comprar participação nas companhias maiores, antes preferidas

Entre as empresas mais cobiçadas pelos fundos de participação estão as dos setores de consumo e serviços

CAROLINA MATOS
DE SÃO PAULO

Já relegadas a segundo plano -principalmente pelo perfil de gestão, em geral menos profissionalizado que o de grandes grupos-, as empresas médias do Brasil agora ganham a preferência de fundos de investimento.

A alta do real em relação ao dólar levou os "private equity", fundos que compram fatias em empresas para desenvolvê-las e ganhar com sua valorização -a exemplo da Ri Happy, de brinquedos, adquirida pelo Carlyle neste ano-, a olharem mais para grupos médios, menos caros.

Pelos critérios do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), empresas médias têm receita anual de até R$ 300 milhões.

Mas, sob a perspectiva dos fundos, esse valor pode triplicar. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) da companhia tem muita importância na avaliação.

"É claro que fundos que captaram muito para investir no país terão mais dificuldade em alocar as quantias em empresas menores", diz Robert Binder, coordenador do comitê de empreendedorismo da Abvcap (Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital).

"Seriam necessárias dezenas de operações, e não é fácil garimpar oportunidades."

Segundo levantamento da DGF Investimentos, gestora de "private equity", há hoje no país 38 mil empresas pequenas e médias com crescimento anual de 20% nos funcionários e de 10% na receita nos últimos três anos.

SETORES VISADOS

Os setores de consumo e serviços estão entre os mais cobiçados pelos investidores.

E são a principal aposta do fundo britânico 3i, que entrou no mercado brasileiro em 2011 com foco em empresas com receita anual de pelo menos R$ 100 milhões.

Em dezembro do ano passado, o fundo adquiriu, por R$ 100 milhões, uma participação na Blue Interactive, provedora de TV a cabo e de banda larga.

"Para ter sucesso, o investimento precisa fazer com que a operação e a gestão do negócio melhorem", diz Marcelo Di Lorenzo, sócio e diretor-executivo do 3i no Brasil.

A ampliação das possibilidades de saída do fundo também favorece o investimento nas médias empresas.

Além da abertura de capital na Bolsa, torna-se mais comum no país a venda da participação nas companhias a grupos maiores, como outros fundos e multinacionais.

LOGÍSTICA

O Pátria, fundo brasileiro com R$ 10 bilhões sob gestão e representante da gigante americana Blackstone, vendeu, em dezembro de 2011, para a multinacional Mitsui a participação na Veloce Logística, com receita anual de R$ 200 milhões.

"Dessa forma, a Mitsui encurtou seu plano de expansão no Brasil em pelo menos três anos", diz Marco Nicola D'Ippolito, sócio do Pátria, sem revelar valores.

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