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Babá brasileira ganha R$ 327 mil ao ano para cuidar de criança de família rica em NY

Fred R. Conrad - 23.jul.10/'The New York Times'
Babá com bebê em NY; categoria é bem remunerada nos EUA
Babá com bebê em NY; categoria é bem remunerada nos EUA

ADAM DAVIDSON
DO “NEW YORK TIMES”

Como uma das babás de elite de Nova York, a brasileira Zenaide Muneton ganha cerca de US$ 180 mil ao ano (R$ 326,5 mil), mais uma bonificação de Natal e vive em um apartamento cujo aluguel custaria US$ 3.000 (R$ 5.441) no Central Park West.

Zenaide, 49, é representada pela Pavillion Agency, cuja especialidade é selecionar empregados domésticos para os ricos de Nova York.

De uma "família muito pobre" de São Paulo, Zenaide foi aos Estados Unidos trabalhar como babá na década de 1990, por sugestão de uma jovem norte-americana que estava no Brasil.

Passados alguns meses, ela cuidava dos filhos de uma família rica da Carolina do Sul, por apenas US$ 100 por semana.

Quando ela começou a ser representada pela Pavillion, em 2002, no entanto, seu salário já havia atingido os US$ 85 mil anuais. Por fim, passou a trabalhar apenas para algumas das pessoas mais ricas dos Estados Unidos, que acompanhou em viagens de jatinho a alguns dos complexos de turismo mais exclusivos do planeta.

Hoje, diz, "ninguém mais é pobre na minha família". Zenaide comprou uma casa para sua mãe, um apartamento para a irmã e um táxi para cada um de seus dois irmãos. Também tem uma casa de praia no Brasil, uma cobertura em Miami e dois imóveis (um dúplex e um edifício de seis apartamentos) em Los Angeles.

Como é que uma babá ganha mais que um pediatra médio? A resposta resumida é "trabalho árduo".

Uma típica babá de alto preço (e são quase todas mulheres) na prática abre mão de sua vida para servir à família que a contrata.

De acordo com Cliff Greenhouse, presidente da Pavillion, essa dedicação é um dos motivos do preço.

Muitos clientes estão pagando pelo privilégio de não terem que se preocupar com a situação de seus filhos, o que significa não terem de levar em conta os demais possíveis compromissos da babá. E a verdade é que ela quase nunca pode assumi-los.

E ao que parece não existe número suficiente de "boas" babás para atender à demanda. Especialmente porque as exigências de uma família podem ser muito específicas.

De acordo com Seth Norman Greenberg, vice-presidente da Pavillion, uma babá aumenta seu valor de mercado caso fale francês (ou ocasionalmente mandarim) fluentemente; se for capaz de cozinhar um jantar de quatro pratos (e, ocasionalmente, receitas macrobióticas); ou ainda, se souber andar a cavalo, e cuidar dele.

Tradução de PAULO MIGLIACCI.

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