Índice geral Mercado
Mercado
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Commodities

Preço futuro do petróleo indica queda para menos de US$ 100

Barril para entrega em 2018 é cotado a US$ 95, ou US$ 30 a menos que cotação atual do produto

Expectativa de avanço na oferta internacional explica o cenário, mas analistas se dividem em relação às projeções

JAVIER BLAS
DO “FINANCIAL TIMES”, EM LONDRES

Os contratos futuros de petróleo para entrega nos próximos anos estão sendo negociados com o maior deságio já registrado em relação a preços físicos, gerando debate sobre a possibilidade de que a era do petróleo com preço superior a US$ 100 seja um fenômeno passageiro.

O petróleo no mercado "spot" (à vista) subiu quase US$ 20 desde o início do ano e fechou a US$ 125,54 o barril (Brent) ontem.

No mesmo período, o petróleo para entrega em dezembro de 2018 subiu US$ 1, para cerca de US$ 95, distância recorde de mais de US$ 30 entre preço físico e contrato de cinco anos.

"O mercado tem a percepção de que a oferta crescerá e está segurando os preços dos contratos futuros", diz Mark Thomas, diretor de futuros de energia na corretora de commodities Marex Spectron, citando expectativas de avanço na produção do Iraque, do Brasil, dos EUA e do Canadá.

A Arábia Saudita, maior produtor mundial de petróleo, também citou a oferta desses países para dizer que os atuais preços do petróleo são "injustificados".

A produção norte-americana disparou para seu pico em dez anos, após as companhias começarem a explorar os "reservatórios de xisto", usando uma técnica conhecida como fratura hidráulica.

Bancos e analistas creem que as vendas futuras de companhias dos EUA que usam a fratura hidráulica contribuíram para os preços baixos dos contratos futuros.

Mas muita gente no setor continua cética quanto à alta futura do suprimento. "Os preços do petróleo nos próximos anos serão significativamente mais altos que os implicados pela curva dos mercados futuros", disse Paul Horsnell, diretor de pesquisa de commodities do Barclays.

A Agência Internacional de Energia (AIE) alertou em 2011 para o fato de que a alta na produção de petróleo dos EUA "não deve afetar de modo significativo a dinâmica da oferta mundial de petróleo".

Embora a alta no preço do petróleo reflita a escassez no mercado físico, a diferença entre os preços "spot" e futuro é superior à registrada em momentos prévios de aperto no mercado, como em 2008.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.