Vaivém

Cenário muda e Unica tem novos desafios

Desde julho de 2007 na presidência da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Marcos Jank anunciou ontem sua saída da entidade.

Fonte ligada ao executivo diz que a nova agenda da Unica deixou de ser atraente.

Ele fica mais um mês ou dois para um "período de transição" e voltará a trabalhar com questões internacionais. Uma das áreas pode ser a de segurança alimentar.

Jank sai de uma entidade bem diferente da que entrou. A mudança foi tão grande nos últimos anos que a cana, matéria-prima básica do setor, já representa pouco para algumas dessas empresas, compostas de capital estrangeiro e com visão não apenas no campo, mas também na produção e na distribuição de combustíveis.

A pauta das reuniões do conselho é tão diversificada, devido à mescla de empresas -produtoras de cana, de açúcar, de etanol e até de distribuidoras de gasolina-, que se tornou difícil chegar a um consenso.

As demandas são diversificadas, variando de crédito para renovação de canavial a abertura para a compra de terras por estrangeiros. Cada grupo tem necessidades diferenciadas, o que deixa para trás os tempos de uma entidade de apenas usineiros.

A unidade da entidade ficou ainda mais complicada porque os grandes grupos, com mais musculatura e porte, passaram a resolver suas pendências diretamente em Brasília. Os demais participantes da entidade não têm acesso às negociações.

Diante de tantos interesses diversificados, a entidade necessita da definição clara de uma pauta comum. Isso pode ser atingido com mudanças estatutárias feitas no início deste mês.

Pedro Parente, ex-chefe da Casa Civil e atualmente executivo da Bunge, foi nomeado presidente do conselho deliberativo da entidade.

A função de Parente será discutir e articular a agenda estratégica da Unica. Já a direção-executiva, da qual Jank sai, tem como atribuição operacionalizar a estratégia.

Os assuntos agora serão discutidos em comitês e, depois, levados ao conselho.

A entidade terá agora de definir um substituto para Jank. O conselho determinará o perfil desejado para uma empresa de "headhunter".

Na avaliação de alguns participantes da entidade, devido à diversidade das empresas, os dirigentes da entidade não devam ter relação com o setor.

Jank esteve ontem representando a Unica em Washington, em encontro com os principais congressistas dos Estados Unidos que auxiliaram na abertura do mercado norte-americano, obtida no fim do ano passado.

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Inflação Após várias semanas em alta nas usinas, o álcool voltou a pesar no bolso do consumidor.

Em alta A Fipe registrou elevação de 0,55% na terceira quadrissemana deste mês em São Paulo, ante queda de 3,7% em fevereiro.

Minério A mineradora Rio Tinto está otimista com a demanda por minério de ferro, especialmente na China, a ponto de ter preocupação de que a oferta não seja capaz de atender o consumo chinês.

Demanda A afirmação é do diretor financeiro da Rio Tinto, Guy Elliott, à Reuters. Ele considera que a demanda está garantida, mas que atrasos significativos na produção restringem a oferta.

Quanto é O consumo chinês é de 500 quilos por pessoa por ano, e isso ainda vai durar. A previsão é que o consumo de aço atinja o auge de 750 quilos por pessoa próximo de 2030.

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Está em vigor nova taxa da mineração

A nova taxa sobre a produção mineral criada no fim de 2011 pelos Estados do Pará e de Minas Gerais, os dois principais produtores do país, já entrou em vigor.

Os governos estaduais publicaram, na sexta-feira e no sábado da semana passada, decretos regulamentando a TFRM, taxa de controle, monitoramento e fiscalização das atividades minerárias.

No Pará, a cobrança é de R$ 6,90 por tonelada de minério e, em Minas, de R$ 2,33 por tonelada. Para minérios com preços mais baixos, como bauxita e caulim, o valor da cobrança foi reduzido.

Como o cálculo começa a ser feito com base na atividade em abril, o primeiro pagamento deve ocorrer em maio.

A pedido das mineradoras, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) estuda questionar as taxas no Supremo Tribunal Federal (STF).