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Derrotados criticam modelo do 1º leilão

Alemã que perdeu Guarulhos diz que, entre 12 concessões de aeroportos, a brasileira era a que tinha menos exigências técnicas

Empreiteira tenta desqualificar consórcio vencedor de Viracopos, sob a alegação de não cumprir requisitos

DE BRASÍLIA

A vitória de pequenos e médios operadores nos leilões de Guarulhos (SP), Viracopos (SP) e Brasília foi atribuída pelo mercado ao baixo nível de exigências feitas pelo governo no edital deste ano.

Levantamento da alemã Fraport, concorrente que ficou em segundo em Guarulhos, mostra que, numa análise de 12 concessões de aeroportos em outros países, a brasileira era a que continha menos exigências técnicas aos participantes do leilão.

O trabalho foi mostrado a técnicos do governo presentes em seminário no Brasil.

O governo determinou apenas que o contratado mantenha o aeroporto em níveis de serviço adequados, sem que apresente sequer um plano de como fará isso.

A exigência de experiência na operação de unidades com movimento de 5 milhões de passageiros ao ano foi considerada inadequada para aeroportos do porte de Guarulhos, que já opera 30 milhões de passageiros e deve chegar aos 55 milhões.

Aeroportos com 5 milhões de passageiros são de baixa complexidade, em que quase só há voos de origem e destino únicos, sem conexão.

Campinas e Brasília operam num segundo estágio, dos 10 milhões aos 25 milhões de passageiros, em que ocorrem complexidades por causa de conexões e operações em mais de um terminal.

Já Guarulhos está num patamar acima, classificado de aeroportos-cidade, com operações de mais de 35 milhões de passageiros por ano.

Neles, segundo o estudo, os operadores têm de estar preparados para receber os viajantes e garantir o acesso de milhares de trabalhadores, além de boas conexões e acessos à cidade onde está.

EMPREITEIRAS

O modelo adotado no primeiro leilão foi criticado principalmente pelas grandes empreiteiras -Odebrecht, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa-, que perderam as três disputas.

Empresários do setor fizeram chegar a Dilma Rouuseff reclamações de que eles tinham melhores operadores em seus consórcios.

A Odebrecht tenta, aliás, desqualificar o consórcio vencedor da disputa pelo aeroporto de Viracopos, liderado pela UTC.

Um dos argumentos usados pela construtora era exatamente que o operador do consórcio, a Egis, não atendia os requisitos de comprovar administrar aeroportos com movimento de ao menos 5 milhões de passageiros/ano.

A UTC diz que cumpriu o edital e tem capacidade para operar o aeroporto.

Dos três consórcios que venceram a concorrência deste ano, dois já foram ao mercado solicitar apoio de companhias maiores para realizar as obras e operar as unidades, que eles devem assumir em maio.

A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) deve homologar, nesta semana, os vencedores do leilão passado, abrindo espaço para que eles assumam a administração dos três aeroportos.

(DIMMI AMORA E VALDO CRUZ)

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