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Com custos mais baixos, Pará aumenta a produção

DE SÃO PAULO

O cacau do Pará pode contribuir de forma decisiva na meta do governo de levar o país de volta ao patamar de produção dos anos 80, de 400 mil toneladas anuais.

Com clima e vegetação favoráveis, além de custos mais competitivos, o Estado vem elevando a área de cacau entre 8.000 e 10 mil hectares anualmente, segundo Jay Wallace Mota, da Ceplac.

As estimativas sobre a safra paraense são divergentes, variam entre 48 mil e 60 mil toneladas. Mas a maior participação do Estado na produção nacional é consenso.

Como a agricultura familiar predomina no Pará, as despesas com mão de obra são menores do que na Bahia.

Além disso, os produtores têm mais liberdade no manejo das plantações do que na Bahia, que enfrenta mais restrições em razão do sistema de plantio -no Estado do Nordeste, o cacau é integrado à Mata Atlântica.

Com mais autonomia para podas de árvores vizinhas, os paraenses conseguem enfrentar melhor a vassoura-de-bruxa (doença que atinge as lavouras), além de ter a possibilidade de desenvolver atividade complementar, como o plantio de seringueiras ou a produção de açaí.

Ao mesmo tempo, o cacau do Pará é vendido a preços abaixo do produto baiano, pois cabe ao produtor arcar com o elevado custo do frete.

Apesar do avanço, a produção no Pará não é suficiente para incentivar a instalação de indústrias no Estado.

Para atrair os processadores, o Pará persegue a meta de atingir uma produção anual entre 120 mil e 150 mil toneladas, segundo Mota.

PREÇOS

A recente queda nos preços do cacau não é resultado de uma fraca demanda. Pelo contrário, o consumo mundial sobe (leia mais ao lado).

Mesmo assim, a expectativa não é de forte recuperação das cotações neste ano, apesar de as previsões apontarem para um possível deficit: enquanto a demanda mundial deve ficar em 4 milhões de toneladas, a produção deve cair 8%, para 3,9 milhões.

Segundo Thomas Hartmann, da TH Consultoria, o mercado internacional continuará influenciado pelo alto nível dos estoques mundiais, reflexo do excesso de produção na safra anterior.

(TF)

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