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Trocar dívida reduz o valor em até 50%

Simulação mostra que diferença é mais expressiva na substituição de empréstimo no cartão por crédito pessoal

Bancos públicos oferecem os menores juros, mas fique de olho em outros encargos; ideal é barganhar

DE SÃO PAULO

Escolher a linha de crédito mais adequada e barganhar com os bancos -no embalo do aumento da concorrência após o corte de juros feito por Banco do Brasil, Caixa e HSBC- pode diminuir muito o valor de uma dívida.

A substituição de um empréstimo caro, como no cartão crédito, por um mais barato, como o crédito pessoal, pode reduzir um saldo devedor pela metade.

O quadro acima traz simulações que mostram quanto pagaria, ao final de seis meses, alguém que tomasse um empréstimo de R$ 1.000 via cartão de crédito, cheque especial ou crédito pessoal em seis bancos: dois públicos (BB e Caixa) e quatro privados (HSBC, Itaú, Bradesco e Santander).

Os cálculos consideraram os juros médios de cada instituição, conforme a linha de crédito e o IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras). Mas vale destacar que, em casos concretos, ainda podem incidir outras taxas (como anuidade do cartão) e encargos contratuais.

A opção mais cara, segundo a simulação, seria tomar R$ 1.000 emprestados via cartão de crédito no HSBC: ao final de seis meses de refinanciamento, o valor devido seria mais que o dobro: R$ 2.138.

Mas se esse consumidor hipotético optasse, logo no começo do período, por tomar outro crédito na linha mais barata das instituições avaliadas -o crédito pessoal do BB- para quitar seu débito inicial, pagaria 50% menos no fim das contas.

Segundo a simulação, R$ 1.000 emprestados via crédito pessoal no Banco do Brasil se transformariam em R$ 1.067 ao fim de seis meses.

"É muito importante escolher a linha de crédito mais adequada ao período pelo qual vai ser necessário manter o empréstimo", diz Fábio Fusco, economista, membro orientador do INI (Instituto Nacional de Investidores) e autor da simulação.

"A maioria das pessoas não tem noção de prazo e do peso dos juros, e os bancos, geralmente, dificultam o acesso a informações como taxas e encargos."

BARGANHA

É importante ressaltar que a redução mais expressiva de uma dívida acontece quando se troca uma linha de crédito por outra, mais barata, mesmo na própria instituição.

Voltando ao exemplo do cartão de crédito do HSBC, a substituição da dívida por um crédito pessoal na própria instituição já implicaria, segundo os cálculos hipotéticos, uma diminuição do débito em 46%, para R$ 1.147.

Nesse caso, a diferença para o novo saldo devedor no BB seria de apenas R$ 80.

Assim, antes de mudar de banco, é preciso avaliar os encargos contratuais e tarifas da nova instituição -uma delas pode ser a TAC (Taxa de Abertura de Crédito). Dependendo dos valores cobrados, a vantagem da mudança pode diminuir ou desaparecer.

Nesse caso, vale a pena consultar a concorrência, obter uma proposta e barganhar com o banco atual em busca de redução de juros.

"O gerente não vai querer perder um bom cliente. Se esta tática não funcionar, mudar de banco pode ser uma boa opção", diz Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da ProTeste, associação de defesa do consumidor.

(CAROLINA MATOS)

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