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'NYT' procura novo diretor-executivo

Sulzberger Jr., publisher que acumula função, indica que candidato ao cargo deve buscar produtos digitais rentáveis

Receita da publicidade do impresso continua importante, mas conteúdo pago na web é fundamental, afirma

CAMILA MARQUES
ENVIADA ESPECIAL A LONDRES
RODRIGO RUSSO
DE LONDRES

Arthur Sulzberger Jr., publisher do "New York Times", confirmou ontem, na abertura do Digital Media Europe 2012, em Londres, que procura um novo diretor-executivo para a empresa, cargo que acumula desde o fim de 2010, com a saída de Janet Robinson do grupo americano.

"O mundo mudou, a economia mudou e o jornalismo e nossa mídia têm que mudar", disse. A frase indica o principal desafio que os candidatos à vaga precisarão enfrentar: o desenvolvimento de produtos digitais rentáveis.

Para Sulzberger, é preciso ter em mente que, acima de tudo, o diretor-executivo é um guardião da marca, independentemente da plataforma em que apareça.

Em sua palestra, durante evento organizado pela WAN-Ifra, associação mundial de jornais, o publisher sustentou a importância da publicidade do jornal impresso como fonte de receita para empresas de comunicação, mas destacou a oferta de conteúdo exclusivo e pago como segundo e fundamental meio de sobrevivência.

PAYWALL

O "New York Times" foi um dos primeiros jornais a implementar, em março dem 2011, cobrança de conteúdo on-line no modelo chamado "paywall" poroso (muro de cobrança), em que o internauta tem acesso limitado a textos (dez atualmente), pagando a partir de então por níveis de acesso.

Hoje, a base de assinantes digitais é 500 mil.

Segundo ele, a implementação dessa cobrança on-line estimulou os leitores a assinar o pacote que contempla a edição impressa do diário. Isso resultou em ligeiro aumento de circulação, favorecendo as receitas com publicidade.

A fórmula ideal, continua Sulzberger, não é obrigar o leitor a escolher entre o papel e a internet, mas mostrar que os dois, hoje, são indissociáveis.

"Precisamos saber que continuaremos a mudar. Publishers devem entender que a concorrência é outra, blogs e Twitter nem sequer existiam há alguns anos", diz.

FUTURO DOS JORNAIS

Dono de um dos mais respeitados veículos de comunicação do mundo, ele disse ser "totalmente honesto" ao responder que não tem "a menor ideia" se os jornais acabarão no futuro breve.

E brincou ao citar que, em 1850, já havia preocupação sobre o tema por conta da chegada do telégrafo.

"Hoje, a mídia impressa é forte e viável. Pode desaparecer? Já nos perguntamos: o rádio vai matá-la? A TV? O digital? Talvez. Não sabemos, por isso nosso negócio é tão excitante."

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