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Justiça argentina embarga bens da Bunge

Empresa, que teve também o registro suspenso, é acusada de evasão ilegal de divisas

DA REUTERS

O fisco argentino suspendeu ontem o registro de operadora de grãos da empresa de agronegócio Bunge. A medida retira benefícios referentes às atividades da empresa, que teve os bens embargados pela Justiça do país por supostas irregularidades fiscais.

"A companhia realizou triangulações nocivas de exportações, o que teria permitido evadir mais de 435 milhões de pesos (US$ 100 milhões) em impostos, em 2006 e 2007", diz a Afip (a Receita Federal argentina), em nota.

O órgão afirma ainda que o embargo judicial dos bens da Bunge -que já havia sido suspensa em março de 2011 pela Afip- envolve ativos da ordem de US$ 57 milhões.

O governo de Cristina Kirchner, conhecido por suas políticas intervencionistas já suspendera em 2011 o registro de várias empresas pela mesma acusação: evadir somas milionárias de impostos.

A suspensão do registro da Bunge não deve afetar significativamente sua capacidade de fazer negócios na Argentina, uma vez que as companhias impossibilitadas de ter registro podem simplesmente pagar outras para transportar suas cargas.

Mas a medida impõe desafios logísticos e aumenta o clima de insatisfação do setor no país, um exportador de óleo de soja e de farelo.

A Bunge não comentou o assunto ontem, mas vem repetidamente negando as acusações de evasão de divisas.

Estimativas do mercado indicam que 5% da receita fiscal argentina vêm dos grãos.

O governo argentino é frequentemente criticado pelo setor e outros grupos industriais por aumentar o papel do Estado no setor privado.

Ontem, Cristina disse que enviará ao Congresso projeto de lei para expropriar parte das ações da Repsol-YPF, acusada pelo governo de produzir menos petróleo e gás do que o país precisa.

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