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Santander também detecta mais inadimplência e lucro cai no 1º tri

A exemplo de Bradesco e Itaú, banco separa mais recursos contra calote

PEDRO SOARES
EM SÃO PAULO

Com a inadimplência em nível elevado, o Santander reservou mais recursos para calotes em financiamentos. Resultado: queda de 3,3% no lucro do banco nos três primeiros meses de 2012 em relação com igual período de 2011.

O resultado ficou em R$ 1,766 bilhão no trimestre. Em relação ao três meses finais de 2011, houve, porém, crescimento de 7,5%.

Os resultados do Bradesco e do Itaú, divulgados nesta semana, também foram afetados pela inadimplência.

O presidente do Santander Brasil, Marcial Portela, vê a inadimplência ainda crescente no segundo trimestre -tendência que teve início no começo do ano passado.

Só a partir de junho, diz, deve começar a declinar com os juros mais baixos e retomada mais firme da economia.

Com o cenário ainda turvo, Portela disse que a meta do banco é "crescer criteriosamente" nos próximos meses. Apesar da cautela, o executivo afirmou que novas rodadas de cortes de juros estão à vista -só não precisou data nem percentuais.

Em resposta ao aumento dos calotes, a concessão de crédito será mais seletiva: "Vamos ter mais critério em empréstimos a determinados grupos de consumidores".

No primeiro trimestre, a inadimplência do Santander atingiu 6,7% dos empréstimos concedidos para pessoas físicas -acima dos 5,9% do primeiro trimestre de 2011.

De acordo com Portela, o crescimento da inadimplência está relacionada ao ingresso de novas classes de consumo ao sistema financeiro, menos acostumadas a tomar crédito.

Outro fator, disse, é o próprio crescimento da oferta de financiamentos. Os empréstimos para pessoa física subiram 20% do primeiro trimestre de 2011 para igual período de 2012.

Como reflexo, a reserva de recursos no balanço para dívidas que muito provavelmente não serão recuperadas aumentou 44% -para R$ 3,1 bilhões de janeiro a março.

A inadimplência, disse o banco, só não foi maior porque a instituição vendeu R$ 700 milhões em empréstimos de difícil recebimento -há empresas especializadas em conceder descontos e conseguir retomar a dívida.

Apesar da queda, a filial brasileira do Santander teve um bom desempenho dentro do grupo espanhol. O país respondeu pela maior fatia do resultado: 27%, à frente das operações europeias (25%).

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