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Clube do bilhão

Com o real valorizado e o fortalecimento da BM&FBovespa, número de brasileiros na lista de bilionários da revista americana 'Forbes' dobra em quatro anos

MARIANA BARBOSA
DE SÃO PAULO

O número de brasileiros no clube dos bilionários da revista norte-americana "Forbes" dobrou em quatro anos: já são 36 afortunados.

O fortalecimento da BM&FBovespa, com a onda de aberturas de capital nos últimos oito anos, e a valorização do real ampliaram os sobrenomes da lista, dominada até o início dos anos 2000 por Ermírios de Moraes, Bozanos e Safras.

Os três continuam na relação, mas nos últimos anos ganharam a companhia de nomes como o da família Dias Branco (dona da marca Adria), do Ceará, do mineiro Rubens Menin Teixeira de Sousa (MRV Engenharia) e do goiano João Alves de Queiroz Filho (Hypermarcas).

Além, claro, de Eike Batista -desde 2009, o mais rico do Brasil e que sonha em ser o mais rico do mundo.

"O Brasil pode ser analisado como uma economia em transição, com famílias ricas muito antigas e novas fortunas que estão surgindo", diz um estudo da Forbes Insight.

É forte a concentração do setor financeiro na lista brasileira. Só o Itaú Unibanco contribui com sete bilionários, todos herdeiros do Itaú ou do Unibanco.

RENOVAÇÃO

Também vem do setor financeiro o mais novo da lista, André Esteves, do BTG Pactual, de 43 anos. Excluindo herdeiros, todos os demais têm 55 anos ou mais.

"O capitalismo brasileiro está se renovando", diz o professor do Insper Sérgio Lazzarini, autor de "Capitalismo de Laços, os Donos do Brasil e suas Conexões".

"Aquele modelão de um grande grupo com várias empresas concentrado em uma família, como Votorantim, Odebrecht e Camargo, está sendo substituído pelo modelo de meritocracia introduzido pelo trio Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles e que começou lá atrás no Garantia", diz.

Além de empreendedores que começaram do zero, como Edson de Godoy Bueno, da Amil, ou Menin, da MRV, a lista traz empresários de famílias endinheiradas que souberam multiplicar riquezas, com inovação e profissionalização de gestão.

Caso, por exemplo, de Rubens Ometto, da Cosan, o primeiro bilionário do etanol.

O Brasil já exibe mais bilionários do que Reino Unido, França ou Japão, mas fica bem atrás dos parceiros emergentes do Bric. Antigos países comunistas, China e Rússia comparecem na lista com 90 e 82 bilionários, respectivamente. A Índia, com 45.

O México, que nos anos 1990 superava o Brasil, hoje tem dez bilionários, um deles o mais rico do mundo: Carlos Slim, dono de US$ 69 bilhões. Para superá-lo, o mais rico do Brasil precisaria mais que dobrar sua fortuna.

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