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Corte de vagas na Gol deve chegar a mil

Empresa aérea, que teve prejuízo de mais de R$ 700 mi em 2011, já havia demitido 500 funcionários neste ano

Companhia afirma se ajustar a novo cenário econômico e deve eliminar mais cem pilotos e comissários

MARIANA BARBOSA
RICARDO GALLO
DE SÃO PAULO

A Gol deve demitir mais 500 funcionários nas próximas semanas. Desde o início do ano, a companhia aérea já cortou 500 vagas -demitiu 1.200 e contratou 500. Desse total, 205 são tripulantes (pilotos e comissários).

Os cortes devem começar a partir do dia 17. Dos 500 funcionários, aproximadamente 100 sairão dos quadros de tripulantes.

Antes de iniciar as demissões, porém, a companhia abriu um programa para atrair voluntários. Segundo o Sindicato Nacional dos Aeronautas, a opção de demissão voluntária foi oferecida no início da semana.

Procurada, a Gol não quis comentar as demissões.

Em um comunicado aos tripulantes, a diretoria de operações da companhia justificou os cortes argumentando sobre a necessidade de adequar a competitividade e a rentabilidade da empresa a um "novo cenário no ambiente econômico".

Os interessados em se desligar da empresa têm até o dia 17 para se inscrever. Junto com a sua controlada Webjet, a Gol tem hoje 20.548 colaboradores.

A Gol deu início a um agressivo plano de redução de custos depois de amargar um prejuízo de R$ 710 milhões no ano passado.

Apesar de o setor ter crescido 16%, a companhia perdeu dinheiro, principalmente, por conta de uma forte pressão de custos e pela valorização do real.

O combustível de aviação, por exemplo, aumentou mais de 20%. O insumo representava 38% dos custos da companhia no primeiro trimestre do ano passado. Hoje, já responde por 44%.

Entre as medidas adotadas pela Gol está a redução no número de comissários, de 4 para 3 por aeronave, em vigor desde segunda-feira.

Desde 2010, após uma mudança nas regras, a Anac, agência reguladora do setor aéreo, liberou as empresas a voar com três comissários. Antes da Gol, a Webjet já havia adotado o procedimento.

LANCHE PAGO

A companhia também cortou serviço de bordo gratuito nos voos que oferecem a opção de serviço pago.

Hoje são 180 voos, de um total de 800. Mas, até o fim do semestre, o lanche pago estará disponível em todos os voos com mais de uma hora e 15 minutos de duração.

A Folha apurou que a nova onda de demissões não será acompanhada de mais cortes na operação. Trata-se de adequação ao já anunciado corte de cem voos (10% da malha).

Pela primeira vez, a companhia planeja encerrar o ano com uma redução da oferta de assentos. A previsão é reduzir a oferta em 2%.

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